Autoridades afirmam ter informado embaixada sobre missão oficial
As autoridades que integram a comitiva brasileira em Israel, dentre elas a vice-prefeita de Divinópolis, Janete Aparecida (Avante), emitiu nota, nesta terça-feira (17/6), contestando declarações do Itamaraty, após deixarem o país do Oriente Médio. Cerca de 25 representantes políticos brasileiros, entre prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais, encontravam-se em missão oficial em Israel quando o conflito na região se intensificou, após ataques israelenses ao Irã.
A viagem, promovida a convite do governo de Israel, teve como objetivo apresentar tecnologias de defesa e segurança. Além dos brasileiros, participaram ainda representantes de países como Uruguai, Colômbia, Argentina, Panamá e Paraguai.
Com o fechamento do espaço aéreo israelense, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv passou a coordenar estratégias de retorno. Nesta segunda-feira (16), um grupo de 12 autoridades brasileiras deixou o país por via terrestre em direção à Jordânia. De lá, seguiram para a Arábia Saudita, onde embarcaram em um voo fretado com destino ao Brasil.
- Acidente entre ônibus e moto deixa homem ferido em Divinópolis
- Governo lança app para checar celular roubado
- Interdição parcial na MG-424 altera tráfego de Sete Lagoas a BH
- Professora agride aluno de 5 anos em escola de Lagoa da Prata
- Deputada denuncia prefeito de Divinópolis por publicidade de suplemento em prédio público
O deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB), filho do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que também integrava a comitiva, providenciou o avião. A operação contou com apoio das embaixadas do Brasil em Amã, Tel Aviv e Riade, sendo articulada diretamente entre o chanceler brasileiro e seu homólogo jordaniano.
Entre os integrantes estavam a vice-prefeita de Divinópolis, Janete Aparecida, assim como o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião.
Alerta do Itamaraty desaconselha viagens à Israel
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota informando que, desde outubro de 2023, há alerta consular vigente desaconselhando viagens não essenciais ao país. Contudo, duas comitivas brasileiras foram ao território israelense em junho, a convite oficial, o que gerou, então, reações dentro e fora do governo.
Em resposta, os integrantes da missão divulgaram uma nota pública. Nela, eles expressam “profundo desacordo e surpresa” com a posição do Itamaraty. De acordo com a comitiva, o Itamatary alegou que as autoridades não informaram previamente da viagem e classificou a iniciativa como contrária às orientações consulares.
Conforme os membros da comitiva, no último sábado (14), diplomatas da Embaixada do Brasil em Tel Aviv reconheceram, durante reunião virtual, que haviam sido informados com antecedência, sobretudo sobre a segunda comitiva formada por prefeitos e um governador. O grupo questiona, assim, a ausência de qualquer advertência formal ou restrição.
“Mais grave ainda é que, em meio a um cenário de guerra, quando autoridades brasileiras eleitas e em pleno exercício de suas funções se encontram sob risco e buscam o apoio de seu país, recebam como resposta um comunicado que mais se assemelha a uma reprimenda do que a uma manifestação de solidariedade e proteção”, afirma a nota da delegação.
As autoridades reiteram que a missão teve caráter institucional, com objetivos públicos e agenda oficial, conduzida com boa-fé. Conforme elas, o momento exige responsabilidade, coesão e compromisso com a verdade.