Melhora na renda e nas perspectivas profissionais anima famílias, mesmo com dificuldades para crédito e bens duráveis
A confiança na melhoria do emprego e da renda tem alimentado a intenção de consumo das famílias em Minas Gerais nos próximos meses. É o que aponta a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), analisada pelo núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Em junho, o índice geral do ICF chegou a 88,1 pontos, com leve alta de 0,8 ponto em relação a maio. Ainda abaixo da linha de satisfação, que é de 100 pontos, o número indica tendência de otimismo moderado entre os consumidores, especialmente impulsionado pela confiança na perspectiva profissional e pela melhora da renda atual.
Perspectiva profissional e renda melhoram
O indicador de perspectiva profissional subiu para 97,8 pontos, com aumento de 5,8 pontos em relação ao mês anterior. Famílias que recebem acima de 10 salários mínimos demonstram maior otimismo: 65% delas acreditam em avanços na carreira até o fim do ano. Entre as famílias com renda inferior, 43,2% também apostam em uma melhora.
Esse sentimento cresceu entre os entrevistados. Em maio, 42,6% acreditavam em progresso profissional; em junho, esse percentual subiu para 45,5%.
A percepção sobre a renda atual também melhorou. 27,3% dos consumidores declararam que a renda familiar está melhor do que no mesmo período de 2024. O índice de renda atual subiu para 97,5 pontos, com alta de 1 ponto em relação a maio.
Acesso ao crédito e consumo de bens duráveis ainda preocupam em MG
Apesar do otimismo, o acesso ao crédito continua sendo um obstáculo. Em junho, 40,9% dos entrevistados disseram que está mais difícil conseguir empréstimos, assim como comprar a prazo, em comparação ao ano passado. O indicador de acesso ao crédito caiu 0,2% em um mês e 3,4 pontos em um ano.
O consumo de bens duráveis também registrou queda. O índice recuou para 54,7 pontos, inferior aos 56,1 registrados em maio, conforme a pesquisa. A percepção negativa é predominante: 72,1% dos consumidores acreditam que o momento atual é ruim para esse tipo de compra.
Além disso, o nível de consumo atual chegou a 77,2 pontos, com queda de 2 pontos em relação ao mês anterior. Mesmo assim, o índice ainda é 3,6 pontos superior ao de junho de 2024. Hoje, 47,5% das famílias compram menos do que no início do ano, enquanto apenas 24,7% afirmam estar comprando mais.
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Confiança para consumo cresce para o 2º semestre em MG
A perspectiva de consumo para os próximos meses aumentou. Em junho, o indicador alcançou 106,6 pontos, 4,9 a mais que em maio. Para 35,7% dos entrevistados, as famílias pretendem comprar mais do que no segundo semestre do ano passado. Já 34,9% acreditam que o consumo deve se manter no mesmo nível, ainda de acordo com o levantamento.
A economista Gabriela Martins, da Fecomércio MG, destaca que a melhora da renda e a esperança na carreira ajudam a impulsionar esse otimismo.
“Notamos que as famílias belo-horizontinas tiveram uma queda na confiança no emprego atual e no nível de consumo atual, especialmente para bens duráveis. (…) Entretanto, a percepção de melhora na renda atual é um fator essencial para que as famílias se sintam mais seguras para futuras compras e elevem suas perspectivas de consumo”.
Segundo ela, a quitação de dívidas e a manutenção da saúde financeira contribuem para reduzir a cautela e aumentar a intenção de consumo.