Ora Et Labora

Antonio Andrade

Complexidade, sabores frutados, amadeirados e muita personalidade; as cervejas trapistas são uma obra prima milenar.

 

 

O termo trapista refere-se ao outro nome dado à Ordem dos Cistercienses de Estrita Observância, uma congregação católica que, assim como outras, obedece à Regra de São Bento. Começou a tomar corpo no século 17, com diferentes monastérios promovendo reformas internas no sentido de uma vida mais orientada ao silêncio, à renúncia e à obediência. Um dos princípios fundamentais dos trapistas é o lema beneditino “ora et labora”, que quer dizer: reza e trabalha. E um deles é fazer cerveja!

 

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Muitas das cervejas trapistas, como a Westmalle Dubbel, a Chimay Triphel e a La Trappe Quadrupel, têm nomes que remetem a um processo de brassagem tipicamente belga, segundo o Guia Ilustrado Zahar da Cerveja. O método consiste em passar a água pelo mosto três ou quatro vezes, resultando em um produto bem mais forte na primeira passagem do que na última. Assim, uma cerveja tripla, por exemplo, seria três vezes mais forte que sua similar comum. E como na Idade Média era raro saber ler, eles gravavam os barris com uma cruz simples, dupla ou tripla para diferenciá-las.

Segundo a associação, a cerveja trapista deve ser produzida no próprio mosteiro, diretamente por monges ou sob sua supervisão. E deve ter a qualidade sob monitoramento constante. A cervejaria precisa ser conduzida de acordo com a vida monástica e funcionar como suporte financeiro à manutenção da abadia e de suas atividades, não podendo visar lucro. Todas as marcas que obedecem a esses parâmetros são a holandesa La Trappe e as belgas Achel, Orval, Rochefort, Westvleteren, Westmalle e Chimay.

Eu, particularmente, sou apaixonado por estas obras primas, em especial pela La Trappe, que fundada em 1884 é a única fora da Bélgica a fabricar este estilo. Você encontra esta e outras trapistas no nosso site www.hicksartesanais.com.br