Saae alega que reservatório não tem capacidade para atender a demanda da cidade com o alto fluxo

Ayllana Ferreira

Há uma semana, o racionamento de água em Itaúna vem sendo aplicado para solucionar problema de falta de água. Para garantir que toda a região abastecida pelo reservatório, que não está sendo capaz de lidar com toda a demanda, tenha água, o rodízio foi iniciado.

Durante seis horas na cidade, registros pré-determinados de outros reservatórios são fechados. O Reservatório R7, que está passando por dificuldades para abastecer a zona oeste da cidade, é responsável pelos bairros: Novo Horizonte, Garcias, Aeroporto, Residencial São Geraldo, São Geraldo, Parque Jardim, Res. Parque Jardim, Morada Nova, Cidade Nova, Murilo Gonçalves, Três Marias, Godofredo Gonçalves, Vale dos Ipês, Alphaville, Itaunense, Santanense, Piedade, Belvedere, Cerqueira Lima, Graças e as comunidades rurais de Campos e Lopes.

Segundo o assessor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Hudson Freitas o problema não está no reservatório, nem há falta de água. Inclusive, mesmo em época de estiagem, a barragem Dr. Augusto Gonçalves de Souza (Barragem Velha), que abastece Itaúna e o R7, está cheia. A Estação de Tratamento de Água (ETA), está funcionando na vazão normal. Ou seja, o problema é outro.

A autarquia explica que o consumo inconsciente e o calor são os principais culpados pela falta de água.

“Com a mesma frequência e intensidade que a água está entrando no reservatório, está saindo para a casa do consumidor. Não é falta de água na barragem e nem na estação de tratamento, nós temos água. O reservatório é que não está conseguindo atender a demanda da região”.

Consumo Inconsciente

Chega a época de falta de chuva, a poeira de asfalto se intensifica na casa dos moradores, junto ao calor, consequentemente, o consumo inconsciente fica ainda maior. De acordo com a SAAE, em vistoria pelo município para compreender um pouco mais da situação, várias pessoas foram encontradas usando da água incorretamente para lavar carros, calçadas e passeios.

“Com alto consumo, por causa dessa época de calor e falta de planejamento hídrico ao longo dos anos, e também por causa do crescimento habitacional, o reservatório não está conseguindo atender a demanda da região”, alega.

A falta de planejamento hídrico é, também, uma das culpadas pela falta de água. Conforme a instituição, a cidade cresceu demais nos últimos anos, e o sistema se mostrou insuficiente para o abastecimento, principalmente na região oeste.

“Vou usar uma metáfora. A estação de tratamento de água é o coração, é daqui que saí a água tratada. Essa água, ela vai para as artérias, nos reservatórios maiores localizados na cidade. Esses reservatórios maiores, vão alimentar os menores, bairros periféricos e comunidades rurais. Então o que acontece, esse reservatório, o R7, é uma artéria. Ele é grande e abastece os menores de outros bairros. Os bairros estão consumindo muita água, o R7 não está sendo suficiente para suprir com toda a necessidade dos bairros. São vários interligados, o sobrecarregando. O problema não é na barragem, e nem na estação. É no Reservatório R7”, justificou.

Falta de Estrutura

A falta de água era, de certa forma, esperada. Segundo a assessoria da organização, já sabiam que o Reservatório não seria capaz de acompanhar o crescimento da cidade. Mesmo com o racionamento de água, a falta da mesma continuará sendo um problema constante enquanto não houver a construção de um novo reservatório, capaz de suprir a demanda.

No início do mês, o SAAE conseguiu a aprovação de R$10 milhões para a construção de uma nova barragem, próxima ao bairro Morada Nova, que beneficiará cerca de 60% da população. A lei já foi aprovada, a documentação está no Tesouro Nacional esperando aprovação para seguir ao próximo passo, assinatura do prefeito.

Porém, segundo a instituição, mesmo com a aprovação, a barragem demorará cerca de um a dois anos para ficar pronta. Até lá, as pessoas têm que consumir conscientemente para tentar reduzir ao máximo o problema de água.

“A cidade cresceu demais nos últimos anos, e o sistema se mostrou insuficiente para o abastecimento, principalmente na região oeste. Se continuar dessa forma, com o conjunto continuando do jeito que está, vai faltar água do mesmo jeito”, finalizou.