Marina Assis

Amanda Quintiliano

 

Hoje completa um ano que as chaves foram entregues (Foto: Amanda Quintiliano)

Hoje completa um ano que as chaves foram entregues (Foto: Amanda Quintiliano)

 

 

Um ano depois da entrega das 462 chaves das casas do Conjunto Habitacional Jardim Copacabana, em Divinópolis, vários problemas persistem. As condições de saneamento básico são precárias e algumas fossas chegam a transbordar, faltam serviços de saúde, educação e dos Correios, além de segurança pública.

 

Foi feito um oficio no dia 15 de janeiro por parte dos moradores para pedir pelo serviço de entrega das correspondências. Nenhuma chega ao local. As famílias precisam se deslocar até a região central para retirá-las nas agências dos Correios. Nem mesmo a boleta da prestação da casa é entregue.

 

“As famílias, mesmo mães com crianças pequenas, têm que se deslocar até o Centro para irem a Caixa para pegar a prestação da casa e irem a Cemig para pegar a conta de energia”, explica a moradora Katiuscia Freitas.

 

“Me mudei para lá 10 dias depois de receber as chaves. Foi muito bom estar lá desde os primeiros dias e a cada dia ver chegar uma nova família cheia de sonhos e esperança. Mas nem tudo são flores, pois o conjunto ainda precisa de melhorias”, desabafa.

 

Fossas

 

As fossas transbordam e o esgoto acumula pelos passeios e ruas (Foto: Amanda Quintiliano)

As fossas transbordam e o esgoto acumula pelos passeios e ruas (Foto: Amanda Quintiliano)

 

 

A insatisfação de quem um dia sonhou com a casa própria não para por aí. As fossas são apenas mais um exemplo já relatado pelo PORTAL. Elas transbordam nas casas gerando mau cheiro e servindo como isca para bichos peçonhentos. O gargalo não é de hoje, mas até agora os pedidos de “socorro” não foram ouvidos. Basta entrar no bairro para se deparar com as poças de esgoto correndo a céu aberto na porta das residências.

 

“A partir de janeiro começou o problema e já procuramos todos os tipos de ajuda que você possa imaginar”, conta a moradora, Vanessa Patrícia Silva Monteiro, 36 anos, em uma das visitas da reportagem ao local.

 

Acesso

 

A instituição de ensino mais próxima é a Escola Municipal Dona Maria Rosa no bairro Realengo. Dois ônibus escolares transportam cerca de 160 crianças. A dificuldade de quem mora lá, são, principalmente, das mães com filhos menores de cinco anos. A creche mais perto fica no bairro São José e os meninos não podem ser transportados pelo veículo devido a idade.

 

“Tinha uma creche no Realengo, mas fechou e agora as mães precisam deixar os meninos no Centro para trabalhar ou não trabalham”, lamenta a auxiliar de limpeza e também moradora, Adriana Domingos, 27 anos.

 

A distância também é um empecilho para atendimento à saúde. No local não há Posto de Saúde próprio. Para serem atendidos é necessário se deslocarem até o Programa Saúde da Família (PSF) do bairro São José.

 

“Fiquei doente e precisei madrugar para ir ao Posto de Saúde lá no São José. Agora, preciso de uma nova receita para remédio e vou ter que ir lá novamente. O PSF é o que a gente mais precisa”, cobra a dona de casa, Olga Batista de Castro, 60 anos.

 

Segurança

 

O Posto Policial mais perto fica a 11 Km (Foto: Amanda Quintiliano)

O Posto Policial mais perto fica a 11 Km (Foto: Amanda Quintiliano)

 

 

As reclamações se estendem à falta de segurança. Katiuscia, a nossa primeira entrevistada, contou que chegou a pedir a implantação da Rede Protegido de Vizinhos, mas não obteve retorno. “Participei de uma reunião da Acasp, mas até agora não saiu nada”, afirmou. O Posto Policial mais perto é no Centro, a 11 quilometros.

 

Posições

 

Sobre as fossas, a Copasa disse que a limpeza e manutenção não é responsabilidade dela, devendo cada morador zelar pela sua conservação e adequado funcionamento. Ainda segundo a Copasa, haverá a implantação de interceptores e Estação de Tratamento de Esgoto em Divinópolis, que englobarão o Residencial Copacabana. O cronograma da empresa vai até 2023.

 

Já sobre os Correios a diretora de habitação da Secretaria de Desenvolvimento Social, Liliane Rios disse que o serviço deverá ser implantado em maio de 2014. Segundo ela, o processo demora cerca de um ano.

 

A reportagem tentou contato com os órgãos de segurança e também com as secretarias de Saúde e Educação, mas devido ao horário de encerramento da matéria, 18h30, todos os locais já não estavam funcionando.