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Diego Espino está proibido de usar o pronunciamento durante reuniões da câmara (Foto: Divulgação/Câmara Divinópolis)

Espino disse que queria ter ido no “enterro” da mãe de Print Jr – que está viva; Vereador também foi denunciado por ferir Estatuto do Idoso ao “atacar brutalmente idosa”

O vereador de Divinópolis (MG) Diego Espino (PSC) está proibido de fazer pronunciamentos na primeira parte das reuniões ordinárias, especiais, por 180 dias. A penalidade foi fixada pela Corregedoria de Ética da Câmara e aprovada, nesta terça-feira (18/7).

A representação foi apresentada pelo vereador Eduardo Print Jr. (PSDB) após Espino dizer que não queria que o vereador tivesse ido no enterro da mãe dele, e sim ter ido no da mãe de Print Jr – que está viva.

“Foi o único vereador que foi no enterro da minha mãe, eu queria que você não tivesse ido no enterro da minhã mãe não, … eu queria ter ido no da sua (mãe) não no da minha”, disse em tribuna livre.

ERRAMOS: A representação votada nesta terça-feira não é referente ao da idosa e sim a apresentada por Eduardo Print Jr.

O vereador – que coleciona desafetos entre os pares e que já feriu, segundo o presidente da Corregedoria, Ademir Silva (MDB), a “ética de modo reiterada”, poderá participar das discussões, por exemplo, de projetos. A suspensão é referente apenas aos 10 minutos de pronunciamento.

Silva diz ser “um puxão de orelha” para que Espino mude de comportamento.

O vereador tem um extenso histórico comportamental. Ele já espacou da cassação de mandato após ter denúncias de Infração Político-Administrativa rejeitada por maioria dos vereadores. Além de, já ter sido denunciado, anteriormente, na Corregedoria de Ética. Tudo foi levado em consideração para decisão dos vereadores.

Do mesmo partido de Espino, a vereadora Ana Paula do Quintino pediu que o prazo fosse reduzido para 120 dias, porém, Flávio Marra – relator – e o presidente votaram pelos 180 dias de suspensão.

Outra representação será analisada

Outra representação contra o parlamentar foi protocolada por Conceição Amélia Silva Amaral após ele protagonizar desacatos contra a idosa no episódio envolvendo o bloqueio de uma via – em área privada – no bairro Icaraí. Ela ainda será analisada.

Ela alegou que o vereador feriu o Estatuto do Idoso. No dia 30 de junho deste ano, ela disse ter passado “por constrangimento, humilhação e consequente assédio moral, num acintoso desrespeito a sua pessoa, a sua idade, seu direito de propriedade”.

Além disso, apontou “abuso de poder”. Embora cite o vereador Josafá Anderson (CDN), a denúncia foi contra Espino que teria, segundo ela, demonstrado “desequilíbrio e incompetência” para exercer a função de vereador.

Ela diz que “ao defender seu direito de propriedade dos imóveis foi brutalmente atacada moralmente pelo sr. Diego Espino”.

“Quando, esse senhor, juntamente com funcionários da Prefeitura Municipal de Divinópolis e uma “ordem” do Procurador Geral do Município, Sr. Leandro Luiz Mendes, usou uma máquina pública para destruir um muro particular e tentar ultrapassar para a sua propriedade privada”, relatou.

A passagem precária, por dentro da propriedade dela, foi autorizada ao prefeito Gleidson Azevedo, enquanto perdurasse as obras de modificação da MG 050, pela Concessionária “Nascentes das Gerais”.

“Mesmo com o risco de caminhões e carros atingirem as bombas de combustível e o constante perigo de acidentes e atropelamentos, sendo que o prefeito se comprometeu em fazer a segurança do trânsito, porém não cumpriu”, afirmou.

Quando as obras terminaram, ela notificou o prefeito que faria o cercamento de seu imóvel na data de 30 de junho de 2023.

“Quando os serviços de cercamento estavam em fase de conclusão, eis que chegou os citados vereadores, com máquinas e funcionários da prefeitura e iniciaram a destruição daquilo que é propriedade particular”, relatou.

Ela, então, foi comunicada e foi até o imóvel. Ao questionar que não poderiam fazer tal ação, o Espino começou a proferir palavras de ordem e incitação aos presentes e, dirigindo-se a proprietária, como já declarado, idosa de 85 anos, subindo na máquina operadora, e gritando que: “Vou arrancar tudo, sendo terreno particular ou não”…e fazia gestos de “coraçõezinhos” para a requerente e para a sua filha que acompanhava, com cinismo e ironia”.

Ele teria determinou ao operador da máquina que, segundo a denúncia: “pode vir pra cima dessa terra que eu passarei a escavadeira assim mesmo senhora, em cima de quem for”.

E continuava exibindo uma folha: “tenho esse papel feito pelo procurador da prefeitura autorizando, vocês querendo ou não, vou remover toda essa bobagem aqui. Tenho poder para isso, não me interessa quem seja ou qual a idade, tenho que fazer isso para a população”.

“Além disso, fazia gestos e dançava em cima da máquina da prefeitura, numa clara demonstração de que não tem equilíbrio ou competência para ser um representante do povo desta cidade.”, informou na denúncia.

Todo o relato está gravado em vídeos e provas testemunhais, além da ocorrência policial.