Familiares precisaram cavar a cova (Foto: Dieison Henrique)

Um processo administrativo será instaurado para averiguar o que levou o coveiro, Geraldo Ribeiro Cunha a se recusar a abrir uma cova, no último sábado (27), para sepultamento no cemitério de Santo Antônio dos Campos, Ermida. O servidor da Prefeitura de Divinópolis foi afastado temporariamente do cargo e designado para outra função até que as apurações sejam concluídas.

Três coveiros trabalham no cemitério de Ermida. Nos finais de semana é feito revezamento entre eles e apenas um trabalha aos sábados e domingos. No sábado passado o plantão foi de Geraldo. Ele até chegou a abrir a cova, mas o tamanho não era suficiente para o sepultamento. O homem se recusou a terminar o serviço, alegando estar sozinho e a família precisou abri-lo.

Geraldo é servidor da prefeitura há 36 anos e nenhuma ocorrência semelhante foi registrada. Até que o processo administrativo seja concluído, ele irá trabalhar no pátio de obras, no setor de limpeza.

“Posterior a este afastamento, ele foi notificado e tem cinco dias uteis para apresentar defesa”, explica o secretário interino de Operações Urbanas, Moisés Soares.

A família terminou de abrir a cova (Foto: Diego Henrique)

A família terminou de abrir a cova (Foto: Diego Henrique)

O pedido de abertura do processo administrativo foi encaminhado pela Secretaria de Operações Urbanas para a Secretaria de Administração e Procuradoria Geral do Município. Caberá a elas formarem uma junta e analisar se será ou não aplicadas penalidades. Dependendo do que for apurado, o servidor pode ser demitido por justa causa já que ele é celetista e não estatutário.

O secretário limitou-se a comentar a postura do coveiro. Disse que não cabe ao município julgar.

“Temos que aguardar, não podemos julgar, mas não é uma conduta que o município aprova e há um sentimento de constrangimento perante a família”, concluiu.

A família já procurou a prefeitura e pediu acesso para acompanhar o processo administrativo. Ela também deverá acionar a justiça.