Presidente da entidade afirma que a comissão é eleitoreira e nega ilegalidades 

Ilídio Luciano

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada na Câmara de Divinópolis para apurar supostas irregularidades na Federação das Associações de Moradores de Bairro e Conselhos Comunitários Rurais de Divinópolis (Fambacord). A instauração ocorreu após denúncia feita pelo vereador Sargento Elton (Patriota).

A eleição para definir o presidente, relator e membro será realizada após o carnaval. A CPI é composta por Josafá Anderson (Cidadania), Eduardo Print Júnior(SD), além do denunciante.

O parlamentar afirma que os relatores de irregularidades partiram dos próprios presidentes das associações de bairros.

Sargento afirma que relatos de irregularidades partiram de presidentes de associações (Foto: Divulgação)

“Os próprios presidentes das Associações que fazem parte da Fambacord denunciaram interferência da prefeitura nas eleições. Disseram que a instituição tem um funcionário em cargo comissionado na prefeitura. Relataram ameaças, intervenção da prefeitura nas eleições de presidente de associações de bairros, menor assinando documento oficial pela Fambacoord, que é filho do presidente, uma série de documentos irregulares e ameaças de morte”, pontua.

Após a identificação dos cargos dos membros da comsisão, haverá a convocação e depoimento das pessoas envolvidas, juntada de provas documentais e testemunhais. A CPI terá até 90 dias para concluir os trabalhos de investigação e conclusão do relatório.

Presidente contra-ataca

Presidente da Fambacord desde dezembro de 2018, Ricardo Lúcio de Andrade rebateu as denúncias apresentadas pelo vereador Elton e disse que a instalação da CPI tem cunho eleitoreiro.

“Acredito que esse pedido de instalação de CPI, não passa de um pedido político. Falo isso, porque há muitos concorrentes nossos na eleição passada, que perderam a eleição e que pedem essa CPI, além daqueles políticos que acreditam que a Fambacoord hoje é governo, que toma partido com relação ao governo municipal”, acredita.

Ricardo conta que, apesar de ser uma instituição privada, há um grande suporte financeiro do município, que mantém pagas as contas básicas para o funcionamento dos trabalhos.

“Temos dois convênios importantes, que se forem retirados, a Fambacoord fecha as portas, que é um convênio com o município, que garante o pagamento das contas de água, luz, telefone e internet e outro com o deputado federal Domingos Sávio, que paga os serviços de contabilidade, mas não temos nenhum vínculo político ou partidário com ninguém”, esclarece.

O presidente da Fambacoord diz estar ansioso pela instalação da CPI, para que os fatos possam ser esclarecidos.

“Queremos a CPI, até por uma questão de honra, para provar que estamos aqui voluntariamente, ninguém recebe salário para atuar na Fambacord e que está tudo funcionando dentro da legalidade e honestidade.”, afirma.

Para concluir, Ricardo pede aos vereadores que pediram a CPI, para que, comprovada a falta de irregularidades, possam se retratar nas mídias sociais e imprensa.

“Só peço para que, quando for comprovada a falta de irregularidade na Fambacoord, que os vereadores que pediram a instalação da CPI utilizem-se das mídias sociais, da imprensa de um modo geral, para se retratarem”, encerra.

A assessoria de comunicação da prefeitura disse que não foi oficializada sobre a CPI e que, por isso, não irá se manifestar por enquanto.