Júlia Sbampato

Dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg) apontaram aumento na abertura de empresas em Divinópolis. No período entre janeiro e setembro de 2017, foram constituídas 421 empresas e extintas 333. Em agosto desse ano, foram abertas 73 empresas, o maior número registrado desde 2016.

Mesmo com o ano apresentando um maior índice de aberturas, em janeiro de 2017 apenas 25 empresas foram abertas, enquanto outras 32 foram extintas, ocasionando um déficit. Entretanto, a partir de fevereiro, os números só cresceram e a abertura de novas empresas por mês não ficou abaixo de 34 até o atual momento.

Realizando uma comparação em relação a 2016, 14 empresas a mais foram abertas e 130 a menos foram fechadas.

Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de Divinópolis (Acid), Leo Gabriel, o aumento do número de empresas que estão abrindo em Divinópolis significa o fim da inércia de 2016. É a geração de emprego e renda aquecendo a economia.

Segundo Leo, esse resultado tem uma influência para aqueles que estão pensando abrir uma empresa, pois mostram aos empresários a oportunidade de se investir, dando condições de crescimento ou mesmo de abertura de novos negócios.

“Os empresários estão mais confiantes que no passado. Estão compreendendo que ficar retraído ou estagnado só tende a piorar. Por isso, apostam na melhoria do ambiente de negócios”, conta Leo.

Para o economista, membro da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Divinópolis, Luiz Ângelo, tudo se trata de um cenário econômico e social que reage ao que está acontecendo com o resto do país. Avaliando o cenário como um todo, a inflação e os juros tiveram uma queda e o PIB voltou a crescer, ainda que sutilmente.

Luiz comenta que esses fatores já fazem com que as famílias e os empresários se animem com a expectativa e passam a “liberar” mais o dinheiro. Quanto às famílias, passam a comprar mais considerando que os produtos ficam mais baratos, já em relação aos empresários, ficam dispostos a abrir novas empresas devido ao capital de giros mais baixos.

“O pior da recessão já passou, e isso dá uma luz no fim de túnel tanto para os consumidores quanto para as empresas. Quando a situação está ruim, tendem a segurar mais o dinheiro, e com razão, mas com essas mudanças, a estagnação e as incertezas acabam ficando de lado”, coloca o economista.

Quando questionado sobre os motivos de queda de fechamentos de empresas, Luiz fala que a Prefeitura realizou um mutirão de alvarás que foram liberados. Desta forma, pessoas que passavam por um longo processo de burocratização conseguiram se regularizar com mais facilidade, possibilitando manter suas empresas abertas.

Com esse cenário, a movimentação na economia de Divinópolis tende a melhorar, diminuindo o número de desempregados e firmando um maior número de compras entre as famílias da cidade.