Marcos Vinícius alega que defensores da ideologia de gêneros querem promover a causa com pretexto de respeito às diferenças (Foto: Geovany Corrêa/ CMD)

O adiamento da discussão para rever itens como gatilho salarial e a cesta de benefícios dos servidores de Divinópolis está ficando cada vez mais improvável. O vice-prefeito Rodrigo Resende (PDT) reafirmou o compromisso de não cortar nenhum dos diretos adquiridos nos últimos anos neste mandato. Mas, as afirmações do vereador Marcos Vinícius (PSC) mostram que essa realidade não está muito distante.

Tratando o assunto como “polêmico”, o parlamentar disse que o município está engessado e manter todos os benefícios vai significar, no futuro, o funcionamento da máquina pública apenas para quitar folha de pagamento. A previsão é de neste ano a despesa com o funcionalismo crescer cerca de 13,5%. Até agora este índice está perto de 7,5%. Por mês a folha custa cerca de R$ 19 milhões. Números que preocupam.

Marcos Vinícius disse que  o município não terá dinheiro para investimentos (Foto: Geovany Corrêa/ CMD)

Marcos Vinícius disse que o município não terá dinheiro para investimentos (Foto: Geovany Corrêa/ CMD)

“Temos cerca de 5 mil servidores, um crescimento vegetativo, promoções horizontais, verticais, a folha cresce de forma assustadora a cada ano. E temos em Divinópolis uma situação que não se repete em lugar nenhum do Brasil, um piso de um salário mínimo e meio. Isso traz dificuldades para o gestor”, afirmou o parlamentar.

“Até esta questão do gatilho vai chegar uma hora que será revista, pois é uma conta que não fecha. A prefeitura vai funcionar só para pagar folha de pagamento. Aí não terá investimentos, pois o recurso estará comprometido”, completou.

Tratando as medidas como “impopulares”, mas necessárias ele listou outras “polêmicas” que devem surgir para viabilizar a gestão pública.

“O IPTU terá que ter um reajuste da planta de valores, há de se pensar até no horário de funcionamento da prefeitura, que poderá ser de um turno só, seis horas corridas, como acontece na Câmara, no Fórum, no Ministério Público, para não ter aqui o que está ocorrendo no Paraná que é o escalonamento de pagamento”, enfatiza e acrescenta: “São medidas impopulares, mas necessárias para criar um equilíbrio harmônico da receita e despesa”.

Susto

Rodrigo reafirmou compromisso de não discutir esses cortes neste mandato (Foto: Amanda Quintiliano)

Rodrigo reafirmou compromisso de não discutir esses cortes neste mandato (Foto: Amanda Quintiliano)

Uma das medidas já adotadas pela administração foi adiar o pagamento dos servidores do último para o quinto dia útil do mês. Com isso, dá tempo da última parcela do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) ser debitada e o valor ser usado para quitar os salários.

Apesar disso, palavras como escalonamento e atrasos são evitadas pelo vice-prefeito, assim como cortes de benefícios. Rodrigo Resende disse que há o compromisso de pagamento em dia e que será honrado até o último dia de mandato.

“A prefeitura tem uma estabilidade financeira boa, regular, estamos atentos a isso. O salário do servidor é sagrado e hora nenhuma vamos nos furtar disso”.

Mesmo com a afirmação de manter gatilho e outros diretos adquiridos como anuênio, biênio, Resende reconhece que a discussão não poderá ser adiada no próximo mandato.

“Para a próxima administração, próximo prefeito, isso terá que ser discutido, não há como não se discutir isso mais. Mas, neste mandato será mantido”.