Reunião para atualizar equipes e preparar para eventual sobrecarga do sistema de saúde foi realizada; Pico da Influenza é esperado em fevereiro e março

Diante de mais um cenário de incertezas na saúde devido ao aumento dos casos de COVID-19 relacionado à variante Ômicron e também a Influenza, o Complexo de Saúde São João de Deus realizou no dia 07 de janeiro, uma reunião convocatória com Diretores, Gerentes, Assessores e Coordenadores da instituição, com o objetivo de reforçar quanto aos protocolos e fornecer mais orientações quanto às síndromes gripas e Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG.

A Diretora Presidente, Elis Regina Guimarães, deu início ao encontro explanando sobre o atual cenário da saúde, os ofensores e prejuízos financeiros e assistenciais com o aumento destas síndromes gripais.

Em seguida, a médica Infectologista e Coordenadora do SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Dra. Rosângela Guedes deu sequência à apresentação detalhando como foi o trabalho realizado pela instituição durante a pandemia até o momento e explanou sobre o futuro cenário que vamos encontrar em curto prazo.

De acordo com a profissional, o vírus Influenza é um problema que a nossa sociedade enfrenta desde 1895. Entretanto, o que se difere da situação do século 19, é que hoje estamos vivendo uma epidemia de Influenza dentro de uma pandemia, a COVID-19. Segundo ela, esse cenário não era esperado.

“De acordo com os dados da OMS, estima-se que a Influenza venha a acometer de 5 a 15% da população no ano, sendo 3 a 5 milhões de casos graves. Serão até 640 mil mortes no ano, causados pela Influenza. Diante deste cenário, caso o vírus venha a manter o seu comportamento histórico, é de se esperar que tenhamos um pico destes casos em fevereiro e março deste ano”, explica a médica Infectologista, que ainda destacou que esse período pode ser mais prolongado, uma vez que estamos ainda em meio a uma pandemia.

Com isso, Dr. Rosângela destaca que já é possível observar uma nova pressão sobre os sistemas de saúde do país, causada pelo aumento abrupto do número de pessoas infectadas com sintomas leves, não apenas com a COVID-19, mas também com a Influenza e pelas complicações em decorrência do vírus em grupos específicos.

Desta forma, ela ainda alerta sobre a importância da manutenção dos cuidados básicos na prevenção da disseminação dos vírus, principalmente devido a Influenza que é ainda mais contagiosa se comparado ao Coronavírus.

“O vírus Influenza se propaga muito mais facilmente de forma direta com gotículas e aerossóis e contato com secreção (mãos/superfícies/fômites (objetos inanimados que podem levar e espalhar a doença e agentes infecciosos)). Ele é um vírus de superfície e por isso a lavagem de mãos, a correta paramentação e a utilização de Equipamentos de Proteção Individuais – EPI’s, se faz ainda mais necessários se comparado ao momento em que nos preparamos contra a COVID-19″.

Por apresentar os mesmos sintomas que a COVID-19, com um período de incubação de 1 a 4 dias e período de transmissão de 7 dias, Dra. Rosângela destaca que não há como diferenciar a Influenza dos demais vírus respiratórios. Por isso, o Complexo de Saúde São João de Deus seguirá mantendo os protocolos de atendimento, realizando a abordagem de pacientes com síndromes gripais.

“A partir de agora, nós não vamos saber se o paciente tem COVID, Influenza ou outros vírus associados à respiração. Sendo assim, teremos um protocolo único, que vai atender a todos os pacientes com segurança, baseados em tempo de sintomas, com uma atenção especial às gestantes, puérperas, crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas, hematológicas, obesidade, imunossuprimidos, dentre outros”.

Encerrando a apresentação, foi detalhado aos líderes da instituição, o fluxograma da Classificação de Risco e Manejo do Paciente, elaborado pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do CSSJD, as precauções padrões, de gotícula e específicas para profissionais de saúde e que devem ser reforçadas junto aos demais colaboradores da instituição, além da importância nos cuidados de isolamento dos pacientes.

 

A reunião foi para preparar as equipes para o aumento de casos de síndromes respiratórias (Foto: Divulgação/CSSJD)