Amanda Quintiliano

 

A presidente do Sindicato diz que o medo tomou conta dos profissionais (Foto: Ana Luisa Sousa/Jornal Agora)

A presidente do Sindicato diz que o medo tomou conta dos profissionais (Foto: Ana Luisa Sousa/Jornal Agora)

O remanejamento de cargos no Hospital São João de Deus tem tirado o sono de muitos profissionais. A incerteza se eles continuarão ou se entrarão na lista de demitidos é a principal preocupação. Desde o início deste ano 45 entre coordenadores e supervisores de enfermagem, além de funcionários do setor administrativo perderam o emprego. O número pode chegar a 80.

 

O clima é de apreensão e medo. “Os trabalhadores há um bom tempo têm trabalhado apreensivos. Eles estão trabalhando com medo, desmotivados. Eles saem para trabalhar, mas não sabem se no outro dia vão voltar”, relata a presidente do Sindicato Profissional dos Enfermeiros e Empregados em Hospitais, Denísia Aparecida da Silva.

 

Ontem, uma funcionária chegou a pedir demissão. O nome dela não foi divulgado pelo sindicato. A alegação é a desmotivação e desorganização. “Ela disse que está tudo uma bagunça e que não consegue mais ficar lá dentro. É muita desorganização, os profissionais estão andando batendo a cabeça o dia todo por que não sabem o que fazer”, conta a presidente do Sindicato.

 

Denísia vê o remanejamento como substituição para contenção de despesas. “Ás vezes estão colocando pessoas sem experiência e competência como tinham os profissionais que estavam lá há muitos anos”, afirma.

 

Remanejamento

 

A alegação da diretoria é de que o hospital está se adequando a nova linha de atuação e que precisa de profissionais dispostos a colocar a mão na massa. De acordo com um anúncio de vagas divulgado pela unidade, as contratações são, principalmente, de técnicos de enfermagem. Mesmo com os salários inferiores aos de supervisores e coordenadores, o assessor da interventora Dictun, Geraldo Couto, nega que estejam ocorrendo substituições.

 

“Em hipótese alguma estamos substituído funcionários, é readequação. Estamos trabalhando com 100% de ocupação e precisamos mais de contingência laboral. Estamos abrindo vagas de UTI e não precisamos de coordenadores e sim de profissionais funcionais. Teremos mais técnicos do que a quantia de funcionários demitidos”, argumenta.

 

Nos 10 primeiros dias de janeiro 38 profissionais foram selecionados para trabalhar no hospital, alguns já estão atuando e outros em processo de admissão. Conforme informou a assessoria de comunicação, até o final de fevereiro mais 31 deverão compor o quadro de funcionários do São João de Deus.