Aristides Salgado desmente as acusações e diz que o local é frequentado por famílias

Marcelo Lopes

Moradores de uma área localizada a menos de três quilômetros do centro de Carmo do Cajuru estão reclamando de transtornos na região. O caso foi parar na justiça. De acordo com o advogado Cleiton Duarte, o cliente dele, que não quis se identificar e vive no local, conhecido como Chácaras Paredão, tentou várias vezes entrar em acordo com o proprietário, porém não conseguiu. O sítio pertence ao ex-prefeito de Divinópolis e pré-candidato a deputado estadual, Aristides Salgado (PTB).

“Desde o ano passado, começaram a ter uns eventos nesse local bem desagradáveis. Infelizmente, o senhor Aristides, tem alugado a chácara dele para aluguéis nos fins de semana. Isso tem causado um transtorno muito grande para quem reside ou passa os fins de semana ali. São festas em fins de semana e, muitas vezes, sem nenhum tipo de regramento, pessoas jovens, em muitas situações barulhentas e bagunçadas. As coisas, às vezes, fogem do controle por lá”, diz Duarte.

O advogado também afirma que Aristides está ciente desta situação. O cliente dele conversou com o ex-prefeito diversas vezes. Apesar de assegurar que o problema seria resolvido, as festas continuam.

“Existem oito boletins de ocorrência registrados pelo meu cliente e outras pessoas ali. A Polícia, infelizmente, mesmo que impeça um crime de contravenção de perturbação de sossego, não dá atenção para isso. Foram lá duas vezes e pediram para abaixar o som, mas teve um dia que aconteceu um fato desagradável. O meu cliente foi conversar com uma pessoa e a coisa perdeu um pouco o controle. Começaram a ofendê-lo. Ele é um senhor idoso, estava só ele e a esposa lá. Chamaram a polícia, ficaram com medo de ficar na casa e foram para o meio da estrada à noite esperar a viatura. Ficaram literalmente escondidos na estrada”, explica ao PORTAL.

Abaixo assinado

De acordo com o advogado, foi feito na região um abaixo assinado contra os eventos ocorridos na chácara, contendo 34 assinaturas.

“Tá sendo um fator de incômodo geral naquela região. Meu cliente relutou ao máximo em procurar a justiça. Estamos conversando há vários meses. A expectativa dele é que a justiça seja firme e imponha uma restrição para estes eventos”, explica.

A ação foi protocolada contra Aristides Salgado nesta terça-feira (06). O advogado afirma também que um outro vizinho  entrará com as mesmas medidas.

O que diz Aristides

A reportagem do PORTAL entrou em contato com o pré-candidato a deputado estadual. Salgado disse que o local não é frequentado há duas semanas e que as informações não são verídicas, relatando que a chácara é alugada para pessoas conhecidas e responsáveis.

“Isso aí é completamente despropositado”, afirmou.

“Ás vezes alugamos para famílias, e na chácara todo mundo obedece a lei do silêncio. São pessoas do meu conhecimento. Eles vão lá comigo, olham ou às vezes a minha mulher vai lá, verifica […] Isso aí não tem propósito nenhum, é alguma coisa do vizinho e se ele quiser fazer algo, poder fazer”, afirmou.

O ex-prefeito relata que o vizinho possui liberdade para denunciar o caso à Justiça, mas que o mesmo sofra as consequências da ação.

“Se ele tiver falando isso, é a voz dele. Se alguma coisa saiu com a voz dele, ele que aguente as consequências. Aí eu vou na Justiça, porque lá não tem nada a reclamar, é meu, quando as pessoas vão lá, tem piscina, tem criança. Você já viu alguma piscina que tem criança e as crianças às vezes dão um grito ou falam alguma coisa? Lá não tem nada de irregular”, argumenta.

Sobre o som alto, Aristides conta que quando ele mesmo vai ao local, faz o uso de música ambiente, como muitas outras pessoas. Em relação ao abaixo assinado, ele também argumenta que o documento não tem eficácia e ameaçou acionar a justiça contra o denunciante e também contra quem publicasse algo sobre o assunto.

“Lá inclusive tem um aviso que nada passa de 36 decibéis. A vizinhança que tá assinando fica a quinhentos metros de lá e não tem sinal nenhum. Eu vou lá inclusive, vou levar uma pessoa e vou verificar o tempo que o local está parado e se alguém assinar esse abaixo assinado, eu vou atrás dessa pessoa e perguntar a ela a distância que ela mora, pois só tem duas pessoas que vivem próximas de lá”.