Vinícius Luz
Ainda hoje havia fumaça no local (Foto: Vinícius Luz)
O depósito de Lixo hospitalar no bairro Centro Industrial foi novamente incendiado no último final de semana. De acordo com moradores e quem trabalha na região, dessa vez, a origem do incêndio foi criminosa. O lote onde está o lixo foi invadido e o material queimado durante a noite.
De acordo com moradores e trabalhadores da região que não quiseram se identificar, na noite do último sábado (26) foram vistos saindo do local dois homens correndo. Eles entraram em um carro que já estava a sua espera e fugiram. Logo em seguida, o fogo se alastrou. Segundo relatos dos moradores, as chamas foram altas e o Corpo de Bombeiros chegou a ser chamado, mas este só pode ir ao local no domingo pela manhã.
“De novo nós sofremos com a fumaça tóxica aqui e o medo da contaminação” disse um morador.
Hoje (29) ainda havia fumaça no local e a porta da frente, com a placa de interdição da Vigilância Sanitária, estava aberta. Dentro a pilha de lixo hospitalar estava queimada. Galões deixados no local também foram queimados. Quem trabalha no local está com medo da fumaça que depois de três dias ainda sai da pilha de lixo.
“Estamos de novo com medo dessa fumaça como foi da última vez”, afirmou um funcionário de uma empresa ao lado do depósito.
De acordo com a assessoria de comunicação da Prefeitura, a Secretaria de Meio Ambiente enviará amanhã (30) uma equipe ao local para vistoriar e averiguar as condições do lote. Nenhum registro de ocorrência foi entregue a secretaria e não houve comunicado do fato até o contato feito pela imprensa.
Segundo incidente
Esta foi a segunda vez que o lote pegou fogo este ano. A primeira foi no dia 22 de maio quando o Corpo de Bombeiros teve de controlar as chamas no depósito ilegal de lixo hospitalar. A fumaça exalada da pilha de lixo era tóxica e exigiu equipamento especial dos militares para combaterem as chamas. O local já havia sido fiscalizado duas vezes pela Vigilância Sanitária que chegou a flagrar um caminhão descarregando o material durante uma madrugada em fevereiro.
A empresa de Poços de Caldas, responsável pelo descarte, foi multada pela prefeitura em R$50 mil e os proprietários não pagaram o valor e nem responderam aos contatos da prefeitura. Um galpão próximo ao local também estava abarrotado de lixo hospitalar ilegal e materiais usados. Devido ao risco de contaminação ambos foram lacrados. O Ministério Público foi acionado e já havia dois processos contra a empresa responsável em curso.
A prefeitura solicitou a Vara da Fazenda Pública a quebra do sigilo fiscal da empresa para descobrir quais os clientes que contrataram o serviço de descarte deste material para responsabilizá-los e obrigá-los a retirá-lo dos dois pontos. O processo segue em estudo na justiça.
Já somam-se 10 meses desde que o depósito irregular foi descoberto pela Vigilância Sanitária.
