Presidente da associação alega que nenhum plano de ação foi apresentado pela prefeitura; Comissão aguarda informações das construtoras envolvidas

A Câmara de Divinópolis, realizou nesta sexta-feira (24), por meio da Comissão Especial, criada para apurar o andamento do deslizamento dos túmulos do cemitério do centro de Divinópolis, a segunda reunião com a associação das famílias atingidas para prestar esclarecimentos sobre o desenrolar do caso.

A primeira reunião foi realizada no dia 15, onde foi decidido que a associação seria convocada a apresentar os documentos a respeito do caso. Na ocasião, foi solicitado também à prefeitura as cópias de toda a documentação em relação ao caso e que as empresas Gerais Construtora e a Serra Dourada Empreendimentos apresentassem informações sobre as medidas já realizadas.

Estiveram presentes, os vereadores que compõem a comissão, o presidente, Roger Viegas, Marcos Vinícius (membro), Renato Ferreira (relator), a procuradora geral da Câmara Municipal, Karoliny Faria, a representante das famílias, Andreia Maciel Rocha, e o advogado que defende a causa.

Na reunião, a Andreia Maciel Rocha, presidente da Associação das Famílias relatou que quando ocorreu o deslizamento as famílias tentaram realizar uma negociação com a empresa responsável pela obra, mas que não receberam retorno. A presidente explicou ainda que por esta razão, a associação foi criada. Sendo dada a entrada à uma Ação Civil Pública, que ainda segue na justiça.

O vereador, Roger Viegas, em entrevista ao PORTAL GERAIS, informou que a comissão está aguardando os documentos já solicitado à prefeitura de Divinópolis.

“Os trabalhos começaram com o pedido de esclarecimento à prefeitura e empresa responsável pela obra. No entanto, nenhuma documentação ainda foi recebida pela comissão. Hoje ouvimos a presidente da associação que foi criada pelas famílias, que relatou todos os problemas enfrentados para tentar achar uma solução para o problema. Nenhum plano de ação foi proposto pela prefeitura. A comissão irá ouvir ainda o representante das empresas e da prefeitura, para dar a outra versão dos fatos. Após a análise dos fatos e de toda documentação, a comissão emitirá o relatório final, que deverá ser encaminhado para o Ministério Público”, ressaltou.

Roger afirmou ainda que a comissão está lidando com algo inédito, e que se trata de uma situação muito complexa.

“O meu desejo é que tenhamos um parecer o mais rápido possível, pois nada ameniza a dor e o sofrimento das famílias. Não confio no Executivo e muito menos na construtora. Vou pressionar ao máximo para que as “forças ocultas” não atrapalhem o trabalho e nem interfira nas ações. Vamos trabalhar para que a justiça seja feita”, concluiu.

O advogado, Diego Ribeiro, um dos representantes das famílias, afirmou que a associação de fato, acredita que essa comissão auxilie na apuração dos responsáveis ou na resolução do problema.

“Explicamos todos os processos já percorrido, as reuniões que já aconteceram com os representantes do município, da empresa e também da família Martins. Nós ressaltamos também a importância do Ministério Público em também atuar como fiscal da lei, sobretudo sobre o problema ambiental, da contaminação do solo, pela defesa do patrimônio público, pela defesa do patrimônio histórico e também cultural. Nós acreditamos que a partir destas reuniões nós iremos solucionar este grande problema”, concluiu.

A comissão tem o prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos.