Divergir é normal em uma democracia. Mas nem todos estão preparados para isso e se pintam como “paladinos da moralidade”
O respeito reflete a autoridade, que é conquistada. O medo está ligado ao poder, que é concedido. Até parece frase para pai e mãe no processo de educação dos filhos. Mas, não trata-se disso. Não neste editorial. Quem não consegue conquistar respeito, tenta, a torta e direita, impor medo.
O destempero parece que virou marca registrada do atual governo. Em pouco tempo já se indispôs com entidades empresariais, chamando a presidente da Acid, Alexandra Galvão de “louca”.
Brigou com sindicalista. Isso sem falar as denúncias de assédio moral relatadas ao sindicato dos servidores municipais.
Distribuiu ataques à imprensa.
Tão recente quanto, não poupou “adjetivos” ao vereador Ademir Silva (MDB) como “moleque, irresponsável”. Teria até o ameaçado de “porrada”. Tudo isso, porque o vereador discordou do projeto de implantação do rotativo eletrônico e apresentou uma emenda.
Ao que parece “democracia” tem um significado diferente neste governo. Ele não está preparado para lidar com as opiniões divergentes, com as críticas construtivas e com o diálogo que amadurece ideias e é salutar para quem buscar evoluir.
Que ousa discordar, questionar ou contestar é contra o desenvolvimento da cidade, é irresponsável, corrupto, como se a razão fosse monopólio deste governo, assim como a honestidade, a moralidade e os bons princípios.
Divergir é normal em uma democracia. Mas nem todos estão preparados para isso e se pintam como “paladinos da moralidade”. Prepotência, arrogância e zero humildade.
“Dê poder a um homem e verás quem ele é”, já dizia Maquiavel.
Longe de dizer que este governo não tem boas intenções. Pode até ter e, acredito que sim, mas está longe, muito longe, de ser o dono absoluto da verdade.
“Bons modos”, sempre diz minha mãe.