Pablo Santos
A indústria divinopolitana começou a dar seus primeiros passos em 1918 com serralheira fundada pelo ex-prefeito Juvelino Rabelo. Em 110 anos, o setor se fortaleceu, diversificou e, atualmente, o Parque Industrial é composto por 6 mil empresas, empregando 16 mil trabalhadores. No entanto, gargalos atrapalham um desenvolvimento sustentável do município e as autoridades enumeram o dever de casa para atrair novos investimentos.
O presidente regional da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Eduardo Soares, destaca a evolução da diversidade industrial de Divinópolis como pontos fortes do setor. “Começamos com a metalurgia, passamos pela confecção, construção e o setor de serviços. Hoje a cidade tem uma enorme diversificação de produtos na área de alimentação, farmacêutica, bebidas, produtos químicos, vidros e vários outros. Com tanta diversidade, estamos em caminho com intenso crescimento”, avaliou.
Mesmo com grande diversidade, três fatores, enumerados pela Fiemg, impedem um avanço mais robusto da industrial municipal: Aeroporto Brigadeiro Cabral, novos parques industriais e energia (gasoduto).
“Nossa luta diária para buscar empresas é tornar a cidade atrativa. No entanto, precisamos do aeroporto com voos comerciais, espaços para instalação de empresas e o gasoduto. Se conseguirmos acelerar essas demandas, teremos uma cidade com uma indústria mais forte e competitiva”, destacou o presidente regional da Fiemg.
Município
Divinópolis possui um Plano de Desenvolvimento Econômico aprovado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico. O planejamento possui três perspectivas: infraestrutura, projetos estratégicos e apoio ao empreendedor e desburocratizar o ambiente de negócios. O plano foi elaborado através de um diagnóstico realizado pelo Sebrae, CDL, ACID, Fiemg, Sindicato Rural e Sinvesd, entre outras.
Dentro do planejamento o gasoduto é apontado como um dos atrativos para novas empresas se instalarem no município. A Prefeitura de Divinópolis, através da Secretaria da secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Turismo, acompanha de perto o planejamento da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).
“Tem um planejamento que foi apresentado para a instalação na região, mas ainda depende de algumas validações. Estamos de perto acompanhando a evolução da proposta para Divinópolis que pode potencializar novas empresas para o munícipio”, destacou secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Turismo, Luiz Angelo.
O maior gargalo do município para expansão industrial é a falta de espaço para novos empreendimentos. Para Luiz Angelo, é um tema de médio e longo prazo para ser debatido.
“É necessário um planejamento urbano bastante robusto. Nossas áreas industriais são limitadas, as últimas aprovadas são da década de 80. Com pouca demanda, o valor do espaço aumenta consideravelmente. Para instalação de grandes empresas, Divinópolis carece de terrenos. Os espaços privados seriam opções e os empreendedores locais precisam vislumbrar essa oportunidade, que vem dando certo em outros estados como São Paulo”, ressaltou.
Já o Aeroporto Brigadeiro Cabral tem uma estrutura, considerada pela Prefeitura de Divinópolis, que atende a demanda regional.
“A aviação comercial é necessária para o desenvolvimento econômico da cidade. Estamos na expectativa das empresas do setor, com incentivos do Estado, possam voltar com os voos para Divinópolis”, disse.
Foto de capa: Christyam de Lima