3 casos foram confirmados na cidade e um é investigado (Foto: Reprodução)

Divinópolis está entre as cidades do Estado com maior frequência de casos da Febre Maculosa Brasileira (FMB) com um registro de 8,3% de casos. Em julho deste ano uma criança de 2 anos morreu ao contrair a doença. Ela ficou internada no Hospital São João de Deus por dez dias. No primeiro semestre deste ano foram quatro casos registrados e duas mortes confirmadas. De junho a outubro é o período de maior incidência de casos.

De acordo com o bioquímico epidemiologista da Semusa, Osmundo Santana Filho, em Divinópolis foram confirmados, em 2016, quatro casos da doença – todos do sexo masculino, e destes, dois morreram. Todos os casos tiveram contato com a região de mata localizada no prolongamento do bairro Eldorado. Técnicos da Vigilância Ambiental, juntamente com técnicos da Superintendência Regional da Saúde, estiveram num local próximo a residência de uma das vitimas investigadas pela Vigilância Epidemiológica. No local foi feita uma varredura visando à captura de carrapatos para confirmar os casos.

A (FMB), transmitida ao ser humano por meio da picada do carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, é uma doença grave e, se não tratada logo no início do aparecimento dos sintomas, pode levar à morte. 

A doença, que apresenta casos registrados em áreas rurais e urbanas, se manifesta de forma aguda por meio de sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, mal estar, náuseas, vômitos e, em alguns casos, podem surgir manchas avermelhadas na pele, principalmente na palma das mãos e planta dos pés.

Segundo a referência técnica do Programa da Febre Maculosa Brasileira da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Bruna Dias Tourinho, alguns cuidados são importantes para prevenção da doença.

“É importante que a população esteja atenta para a vistoria frequente do corpo quando exposta a ambientes favoráveis à infestação ou presença de carrapatos, como áreas rurais, matas, cachoeiras, pasto sujo, áreas com presença de animais domésticos ou silvestres, parques, beira de rios e lagoas”, explica.

Bruna complementa que “os cuidados devem ser redobrados também quanto ao contato com animais que participam do ciclo de transmissão da doença como roedores, cães, cavalos, capivaras e bois”, completa.

Diagnóstico e tratamento

Segundo a referência técnica, os sintomas iniciais da febre maculosa ocorrem entre o 2º e o 14º dia após a picada do carrapato e podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças. Por isso é fundamental que, diante dos primeiros sintomas, o paciente procure imediatamente o serviço de saúde e relate ao profissional médico que esteve em áreas propícias para a presença de carrapatos.

A partir da suspeita de FMB, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, sem esperar a confirmação laboratorial do caso. Se não tratados, pacientes com FMB podem evoluir para estágios de confusão, torpor, alterações psicomotoras e outras manifestações graves (edema, manifestações hemorrágicas, icterícia), que requerem cuidados hospitalares intensivos e podem levar o paciente ao óbito em cerca de 80% dos casos, alerta a referência técnica em Febre Maculosa Brasileira, Bruna Dias Tourinho.

Recomendações para se evitar a febre maculosa:

Ao frequentar áreas propícias para a presença de carrapatos (áreas rurais, matas, cachoeiras, pasto sujo, áreas com presença de animais domésticos ou silvestres, parques, beira de rios e lagoas), devem ser tomados os seguintes cuidados: