“Outras famílias não vão passar o que passamos”, afirma familiar de vítima da doença

“Outras famílias não vão passar o que passamos”. Ao mesmo tempo em que carrega a dor do luto, a frase de Tatiana Costa Mizerani Mourão, também é de alívio por saber que as mortes por COVID-19 estão caindo. Ela perdeu a sogra em decorrência de complicações geradas pela doença.

Natural de Formiga, Neusa Maria Mourão, de 70 anos, morreu, em março deste ano, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis sem a chance de se despedir. Ela soma-se as milhares de vidas perdidas ao longo da pandemia.

Divinópolis está há oito dias sem registrar nenhuma morte por COVID-19. A média diária é a menor desde novembro do ano passado, segundo o boletim divulgado, nesta quinta-feira (21/9), pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).


“Fico muito aliviada por estar diminuindo, porque outras famílias não vão passar o que passamos e estamos passando. É uma doença triste, por que não pode ver, acompanhar, dar o suporte emocional”, relatou Tatiana.

Para ela, a gravidade da doença soma-se ao impacto emocional.

“Não poder despedir é muito triste, um trauma que a gente carrega para o resto da vida”, lamentou.

Os últimos óbitos registrado de moradores de Divinópolis foram confirmados no boletim do dia 13 de outubro. Este mês, até a data de hoje, a cidade contabiliza 13 vidas perdidas em decorrência da doença. A média diária é de 0,6. Antes, o menor índice foi registrado em novembro do ano passado, 0,3.

Abril foi o mês mais triste em Divinópolis. Na época, 123 famílias perderam entes para a doença. Desde o início da pandemia são 649 óbitos.

Queda dos números

Outros indicadores também estão em declínio. As internações por COVID-19 nos Centros de Terapia Intensiva (CTIs) caíram 81,6% na última semana em relação ao pico da pandemia, registrado em março deste ano. Ao longo desta semana, os boletins apontaram novas reduções.

A vacinação, segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Érika Camargo é a responsável em impactar positivamente os números.

 “A única diferenciação que temos atualmente do cenário anterior é este (vacina)”, declarou.

A taxa de ocupação do CTI estava em 11% hoje. Nove pessoas estavam internadas, sendo oito em hospitais particulares e um no Sistema Único de Saúde (SUS).

A média móvel de casos confirmados também está em queda. No mês passado, por dia, eram cerca de 39 confirmações. Este mês, até agora, são 17. Já de confirmações passou, até o momento de 168/dia para 133/dia.