A cobrança dos tanqueiros é pela redução do ICMS cobrado sobre o diesel em Minas Gerais
O anúncio da greve dos transportadores de combustíveis provocou corre-corre aos postos de combustíveis e derivados de petróleo de Minas Gerais. Em Divinópolis, filas foram formadas nesta sexta-feira (26/02), por motoristas com medo do desabastecimento.
O movimento pede a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o preço do óleo diesel de 15% para 12%. A greve é organizada pelo Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (SindTanque).
Em Divinópolis, foram registradas filas em postos da Avenida JK. A reportagem registrou também na MG-050, ainda no perímetro urbano da cidade.
Abastecimento ameaçado
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), entidade que representa os cerca de 4,5 mil postos de combustíveis do estado, informou que a greve dos transportadores de combustíveis convocada pela entidade do setor em MG (Sinditanque) desde a 0h da quinta-feira (25) está afetando o abastecimento dos postos de combustíveis na RMBH e em cidades que realizam o carregamento nas bases próximas à Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.
“O Minaspetro apurou que vários postos já sentem os efeitos da greve, com dificuldades para fazer pedidos juntos às distribuidoras de combustíveis e abastecer os caminhões próprios nas bases, em virtude do bloqueio da entrada e saída de veículos pelos grevistas. Caso a greve permaneça nas próximas horas, certamente haverá falta de produtos em grande parte dos postos de combustíveis do estado”, informou.
Entretanto, o Minaspetro não pode prever com precisão quando haverá a falta de combustíveis nas bombas. Segundo a entidade porque ela não faz pesquisas junto a cada revendedor para saber o estoque do posto; e o estoque dos postos varia sensivelmente; estabelecimentos com alto volume de vendas diárias tendem a ter uma capacidade maior de armazenamento, e vice-versa.
Paralisação
Em contato com a assessoria de comunicação do Sinditanque, o Minaspetro apurou que mais de 300 caminhões estão parados. Ainda segundo o representante dos tanqueiros, a greve continua nesta sexta-feira (26) pois, até o momento da publicação desta notícia, o Governo de Minas Gerais se mostra irredutível quanto à negociação do ICMS incidente sobre os combustíveis, conforme demanda o Sinditanque.
A cobrança dos tanqueiros é pela redução do ICMS cobrado sobre o diesel em Minas Gerais, que a partir de 1º de março será de R$ 0,6011/litro . No caso da gasolina, esse valor será de R$ 1,6084, 32%, que somado aos outros impostos chega a quase 50% do preço pago pelo consumidor.
Nesta quinta-feira (25), o Governo de Minas ignorou os pedidos do Minaspetro para o congelamento do preço usado como referência para cobrar o ICMS em Minas Gerais. A partir do dia 1º de março, o imposto estadual cobrado sobre os combustíveis vai ficar ainda mais caro.
“Ainda que o Minaspetro seja solidário às demandas do Sinditanque-MG pela redução do imposto no diesel e demais combustíveis, entendemos que este não é o momento para uma greve, principalmente pelo contexto geral da pandemia de Covid-19 e as dificuldades que a população e todo o setor produtivo enfrentam. Por fim, pedimos que o Governador Romeu Zema tenha sensibilidade com a população do estado e recue na decisão de aumentar o ICMS dos combustíveis a partir de 1º de março, além de revisar imediatamente a tributação estadual sobre os combustíveis”, afirmou em nota o Minaspetro.