Desde o início do funcionamento, foram aplicados R$30,8 milhões, no Hospital de Campanha de Divinópolis. O valor foi questionado pelo vereador Flávio Marra (Patriota) na reunião da última terça-feira (28/9).

Ele sugeriu que membros do Conselho Municipal de Saúde sejam convidados para uma reunião a fim de discutir sobre a falta de transparência da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).

Ele alega que os vereadores não foram informados sobre os gastos e que as informações também não foram repassadas ao Conselho de Saúde – órgão consultivo e deliberativo.

“Hoje estamos numa situação estabilizada e este mesmo R$1,6 milhão é passado para o IBDS, o que tem por trás disso?”, indagou.

Marra contesta o montante com base no cenário epidemiológico. Segundo ele, o mesmo valor mensal é pago desde janeiro mesmo com redução de casos e internações.

“Essa Casa quer saber porque não foi passado para nós, não foi passado para o Conselho de Saúde. Ele é um órgão em que as coisas precisam passar para ele para dar aval. Ele tem, talvez a mesma importância desta Casa”, declarou, falando em obscuridade.

“Tem muita obscura, que a população não sabe, coordenada pelo senhor Alan, secretário de saúde”, enfatizou.

 

Flávio Marra tem sido crítico a atuação da secretaria de saúde (Foto: Divulgação/Câmara de Divinópolis)

Gastos

Desde a contratação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS) para gerenciar a unidade de atendimento exclusivo a COVID-19 foram realizados cinco aditivos. 

  • 1º aditivo: 23/03/2020 a 13/09/2020
    6 parcelas de R$ 1.476.663,16
  • 2º aditivo: 13/05/2020 a 13/10/2020 (referente ao aumento de leitos)
    5 parcelas de R$ 625.554,10

Atual gestão

  • 3º aditivo: 01/01/2021 a 01/05/2021
    4 parcelas de 1.336.000,00 (20 leitos Clínicos e 25 leitos UTI)
  • 4º aditivo: 01/05/2021 a 31/08/2021
    4 parcelas de 2.250.000,00 (40 leitos clínico e 30 UTI)
  • 5º aditivo: 01/09/2021 a 31/10/2021
    2 parcelas de 2.250.000,00 (40 leitos clínico e 30 UTI)

A assessoria de comunicação da prefeitura informou que a quantidade de leitos pactuados está “amarrada” em plano de contingência estadual, com repasse de recursos pelos demais entes para viabilizar a referência assistencial da região.

“Realizamos aditamentos a partir da garantia de recebimento de recursos para tanto”, afirmou.

O último aditamento foi de dois meses justamente porque é necessária a garantia do financiamento do funcionamento do hospital. A depender da evolução dos dados epidemiológicos, o quantitativo de leitos pode sofrer alterações.

O IBDS também recebe mensamente cerca de R$1,5 milhão para gerenciar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde funciona o hospital de campanha.