Os vereadores de Divinópolis aprovaram, nesta terça-feira (09), com o voto de minerva do presidente da Câmara, Rodrigo Kaboja (PSD) o projeto autorizando o município a alienar 10 terrenos. Os lotes estão avaliados em aproximadamente R$ 3,5 milhões. A maior parte do montante será para a conclusão do Centro Administrativo e o restante para o calçamento de ruas.
A oposição classificou a proposta como “eleitoreira”. Dr. Delano (PMDB) chegou a pedir sobrestamento de 45 dias afirmando ser orientação partidária, mas foi derrotado na votação com o voto de minerva de Kaboja. O placar ficou nove a oito contra o adiamento da apreciação, o mesmo resultado da aprovação.
Houve bate-boca entre Delano e o vereador Rodyson Kristnamurti (PSDB) quando o tucano se opôs ao sobrestamento. Depois foi a vez de Hilton Aguiar (PMDB) interromper Rodyson e distribuir ofensas. O tucano se recusava a falar com as interrupções. Irritado, Hilton deixou o plenário e após dizer que o tucano agia como criança.
Votação
Foram contra o projeto os vereadores: Delano, Adair Otaviano, Hilton de Aguiar, os três do PMDB; Careca da Água Mineral, Edimar Félix, Marcos Vinícius e Marquinho Clementino, todos do PROS; e Edimilson Andrade (PT). Para os oposicionistas, vereadores da base serão privilegiados com as indicações para calçamento.
Votaram a favor os seguintes parlamentares: Adilson Quadros, Rodyson Kristnamurti, ambos do PSDB; Edmar Rodrigues e Kaboja do PSD; Eduardo Print Jr. e José Wilson Piriquito, do Solidariedade; Nilmar Eustáquio (PP); Edimar Máximo (PHS); e Anderson Saleme (PR). Eles se apegaram ao fato de a conclusão do Centro Administrativo gerar economia mensal de R$ 192 mil ao município.
O voto de Saleme gerou reação entre os oposicionistas. Nos últimos anos ele estava se posicionando como oposição ao governo. Entretanto, o vento passou, a nuvem mudou e ele se aliou ao PSDB para as eleições desde ano. Os parlamentares bateram palmas em uma forma irônica de protestarem. Eles contavam com o voto dele para conseguirem o sobrestamento ou a derrubada do projeto.
Terrenos
Os terrenos ficam nos bairros Bom Pastor, Campina Verde, Chanadour, Jardim Dona Quita, Vale do Sol e Fazenda do Pari. Este último vale R$ 2,4 milhões e fica próximo ao Centro Administrativo. De acordo com o projeto, ele poderá ser utilizado apenas para finalidade comerciais tais como, restaurantes, lanchonetes, estabelecimentos bancários, dentre outras, objetivando o atendimento à servidores públicos e cidadãos.
O montante também será direcionado integralmente para a conclusão da obra, prevista para ter a primeira etapa entregue em setembro deste ano. Foram aplicados até agora mais de R$ 20 milhões em recursos próprios do município.
Ministério Público
Os vereadores de oposição irão acionar o Ministério Público. Eles reconhecem a legalidade do projeto e da votação, mas afirmam ser imoral.
“A gente pede para que o Ministério Público possam nos ajudar contra essa imoralidade perto do período eleitoral”, afirmou Dr. Delano.