Presidente do Solidariedade protocolou ofício no Ministério Público pedindo investigação; Município tratou comparações como “irreais”

O partido Solidariedade protocolou, nesta segunda-feira (15), no Ministério Público ofício questionando os valores praticados na compra de álcool gel pela prefeitura de Divinópolis. A sigla aponta discrepância nos preços pagos pelo município. Enquanto foram desembolsados R$109 por cada galão de cinco litros na cidade, em Carmo do Cajuru o custo unitário foi de R$58,98. A prefeitura trata a comparação como “irreal”.

No dia 24 de março, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) abriu o processo de compra e no dia 03 de abriu adquiriu 480 galões. Suspeitando do valor, a presidente municipal do Solidariedade Laiz Soares realizou orçamento na mesma empresa em que foi feita a compra pelo município – a CCL Distribuidora Eireli. O valor orçado, encaminhado nesta segunda (16), foi de R$58,98 por unidade.

O preço é o mesmo que aparece na compra feita pela prefeitura de Carmo do Cajuru. A cidade adquiriu menos galões, 25, pelo valor orçado pelo partido. Outra comparação feita pelo Solidariedade é com a prefeitura de Belo Horizonte. Na capital, foram comprados galões de 20 litros a custo de R$280 cada, ou seja, o custo de 5 litros seria de aproximadamente R$70.

Segundo cálculos realizados pelo partido, o município teria a possibilidade de economizar R$24 mil com a compra. Sem usar palavras como irregularidades ou superfaturamento, a presidente municipal do Solidariedade preferiu tratar a discrepância como “ineficiência”.

“Eu não posso afirmar, seria leviano da minha parte, por isso protocolei todo esse dossiê para o Ministério Público investigar. O que eu tenho certeza é que foi uma compra ineficiente. Precisam aprender a valorizar cada centavo. Negociar. Pedir desconto”, argumenta.

Laiz destacou ainda o que chamou de “cultura errada das empresas que vende mais caro para o poder público”.

“Isso deveria ser crime. Mas acho que falta na prefeitura essa consciência também. Existe uma cultura de ineficiência muito grande no setor público. Sai comprando a primeira coisa que vê na frente. Você quando vai comprar algo caro para sua casa, primeiro você pesquisa muito o preço, depois negocia. Eles vão dar desculpa de que era urgente e tal, mas numa crise dessa onde a arrecadação vai secar, ter responsabilidade com o dinheiro é ainda mais importante”, afirmou.

“Comparação irreal”

Em nota a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) tratou a comparação de preços como “totalmente irreal”.

“Uma vez que março era o início da pandemia, onde álcool em gel estava em falta no mercado e o preço elevado. Para ser justa, a denunciante deveria pedir os orçamentos com o preço que era praticado na época”, afirmou.

As compras de Carmo do Cajuru foram realizadas em 27 de maio, já as da prefeitura de Belo Horizonte em 03 de abril.

A secretaria ressaltou ainda que está à disposição para comprovar que todo processo de compra foi realizado dentro legalidade.

“E lamenta que estejam tentando usar um momento tão delicado como trampolim para aparecer na mídia”, finalizou.

Os produtos foram adquiridos pelos três municípios com dispensa de licitação com base no decreto de calamidade pública devido à pandemia do novo coronavírus.

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