Número considerado expressivo desencadeou uma série de ações preventivas; Plano de ação foi divulgado pela Semusa

Dos 5.597 notificações de casos de dengue, 4.111 foram confirmados apenas este ano em Divinópolis. O número, considerado expressivo, pela Secretaria Municipal de Saúde, desencadeou uma série de ações preventivas. O plano de ação foi divulgado nesta quinta-feira (05) pelo governo.

O índice é o pior registrado nos últimos três anos, perdendo apenas para 2016, quando foram registrados na cidade 4.929 casos da doença. Este ano, Divinópolis contabilizou três mortes e outras três estão sendo investigadas. Já em 2016, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Ses) foram seis.

A partir da semana que vem até o Natal, a secretaria realizará ação educativa nos movimentos de maior concentração de pessoas, como shoppings e praças.

“Queremos fazer essa concentração de ações e chamar mesmo a atenção da população, uma vez que o maior índice de foco está dentro das residências. Então precisamos ter uma abordagem mais ostensiva”, disse o secretário de saúde, Amarildo de Sousa.

Um veículo enfeitado e com a presença do Papai Noel, será usado para chamar a atenção da população com panfletagens e orientações para o combate aos focos.

Imóveis fechados e varreduras concentradas

Dentre as ações divulgadas, a Semusa informou que a secretaria firmou parceria com as imobiliárias da cidade. Um termo de cooperação foi assinado entre as duas capacitando os agentes imobiliários para a realização de vistorias nos imóveis fechados. As empresas já auxiliavam o município na divulgação de denúncias destes imóveis.

“Os agentes imobiliários serão treinados pela Semusa para que eles identifiquem os focos e nos comuniquem, porque aí facilita o nosso trabalho”, explicou o secretário.

Outra parceria, esta que ocorrerá a partir do próximo ano, envolve a Câmara de Dirigentes Lojistas de Divinópolis (CDL). Devido ao fato de ser a área com a maior incidência de focos e também comercial, o centro será a primeira região a qual receberá varreduras concentradas.

Vistoria em prédios

A secretaria também realizará, a princípio, uma vistoria de quatro a cinco prédios na cidade. De acordo com Sousa, a ação terá o objetivo de analisar, através de uma amostragem, a quantidade de focos nestes locais.

“O Ministério da Saúde tem uma diretriz de que seja feita uma vistoria, no nível de rua e nas caixas d’água, mas aqui estamos reforçando essa ação, fazendo a varredura de todos os apartamentos, para que consigamos ver se o mosquito também está nestes imóveis”, disse.

Outros números

Em outubro, o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti registrou 2.4%. No mesmo mês, em 2018, o número foi de 3.6% e mesmo com a diminuição, o índice permanece de médio risco de epidemia.

“No LIRAa, o maior índice de reservatório foram os ralos, aqueles depósitos fixos que estão dentro das residências. Se o morador tirar 10 minutos por semana, verificar o seu imóvel, todos os locais que podem estar acumulando água, está eliminando estes criadouros”, explicou o supervisor geral de endemias, Francis Souza.

Neste ano, 120 mil imóveis receberam os agentes em mais de 448 mil visitas, ou seja, cada local foi visitado por pelo menos três oportunidades. Amarildo de Souza ainda ressaltou que este plano de contingência foi adiantado devido ao período chuvoso na cidade. Ele afirmou que a secretaria continuará com os mutirões de limpeza nos finais de semana e os trabalhos de educação.

“Em 2020 faremos este trabalho mais proativo, inclusive estamos com o apoio da Secretaria de Segurança Pública, porque a dengue tomou um caráter agora que extrapola o da saúde, também tem uma interface com o meio ambiente, com o social das pessoas”, salientou.

Na próxima semana, os agentes irão entrar em dois imóveis com mandato de segurança.

“Precisamos pensar na coletividade e a sociedade não pode adoecer porque alguém é resistente a um trabalho desse”, finalizou.