Projeto de segregação de massa é de origem duvidosa, afirma presidente da junta de recursos do instituto

A atual situação envolvendo o Instituto de Previdência dos Servidores de Divinópolis (Diviprev), não é das melhores. O ambiente financeiro que o Município vem passando e as recentes investigações envolvendo o combate de fraudes a processos licitatórios contribuíram para que isso ocorresse. Nos últimos dias, o órgão esteve envolvido em mais uma denúncia, desta vez feita ao Tribunal de Contas.

A denúncia foi realizada pelo presidente da Junta de Recursos do instituto, Darly Salvador, que também divulgou irregularidades em 2018 que se desencadearam na operação feita no dia 05 de fevereiro. Ao PORTAL CENTRO-OESTE, Salvador contou que o motivo deste caso mais recente se deve ao projeto de segregação de massas, aportado na Câmara Municipal.

“Ora, se é de um instituto que está sob investigação, qualquer coisa que vier dele, é de origem duvidosa e pela lei, ele não deveria ser aportado na Câmara desta maneira, pois a portaria da Secretaria da Secretaria da Fazenda e Previdência diz que a segregação de massas será o último recurso do plano de amortização do déficit e nós não tivemos nenhum outro plano ou outra coisa que o Município apresentou para poder discutir’, disse.

Darly também disse que este sistema de implantação só é bom para a administração, de forma momentânea, porém não é conveniente, tendo em vista o atual sistema político.

“O nosso município não tem feito o dever de casa. Primeiro, temos que organizar o instituto, a administração pública, para depois aportarmos uma pauta desse porte, pois é um risco muito grande, com esse sistema político, que se aprove um projeto dessa dimensão”, explicou, acrescentando que a segregação não foi implantada em municípios do mesmo porte de Divinópolis.

Trâmites e outras denúncias

Após ter feito a denúncia, Darly explicou que está aguardando o andamento dos trâmites do processo. Ele também contou que entrou com representação no Ministério Público contra o vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Adair Otaviano (MDB) e também em desfavor dos conselhos administrativo e fiscal do Legislativo, pelo crime de prevaricação, pois, segundo ele, ao comunicar sobre as irregularidades, nada foi feito.

A denúncia não foi aceita pelo Ministério Público que a classificou como improcedente.

Salvador também encaminhou um ofício sobre a situação do Diviprev ao atual presidente, Rodrigo Kaboja (PSD), para buscar providências do Legislativo.

Câmara

Procurada pelo PORTAL, a Câmara disse, em nota, que como a representação de Darly foi feita inicialmente junto ao Ministério Público e, sem seguida, uma cópia foi enviada para o Legislativo, a Câmara vai respeitar o trâmite e se manifestar após a posição do MP.