Redação com informações do Portal da Câmara Federal
Domingos tentou impedir que manifestantes fosse retirados das galerias (Foto: Gustavo Lima/Câmara Federal)
Manifestações nas galerias na noite de terça-feira (02) levaram o presidente do Congresso a pedir a retirada dos manifestantes. Oposição chegou a fazer escudo para impedir a saída do público. Já o governo acusa a oposição de incitar o tumulto para adiar mais uma vez a mudança na meta do superavit. Manifestantes disseram que voltarão nesta quarta-feira (03).
O Congresso Nacional tem reunião marcada para hoje às 10 horas para uma nova tentativa de votar dois vetos presidenciais e a mudança na meta do superavit (PLN 36/14). A sessão de ontem foi encerrada depois intenso tumulto entre policiais legislativos, parlamentares de oposição e manifestantes que estavam nas galerias do Plenário. Essa será a terceira tentativa do governo de votar o projeto que desobriga o cumprimento da meta fiscal atual.
A suspensão da sessão foi motivada pela interferência das galerias – com gritos, palmas e palavras de ordem contra o governo. A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), exigiu que os manifestantes fossem expulsos depois que a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi chamada de “vagabunda”. “Numa sessão em que se debate política, não se admite que uma parlamentar seja chamada de vagabunda”, criticou.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, ordenou a retirada dos manifestantes e denunciou a “partidarização” das galerias. Deputados da oposição, no entanto, fizeram escudo humano e impediram o esvaziamento do local. Houve empurra-empurra, e um manifestante disse ter sido atingido por uma arma de choque de um policial do Senado.
Confronto
O clima de confronto durou cerca de 40 minutos e acabou impedindo o andamento da sessão. Renan marcou nova votação para hoje, denunciando uma “obstrução única em 190 anos do Parlamento”.
A confusão se estendeu ao plenário onde deputados trocaram farpas. Aos gritos, o deputado Amauri Teixeira (PT/BA) chegou a chamar o deputado Domingos Sávio (PSDB/MG) de seu “merda”.
Extrema direita
Domingos Sávio disse que a sessão começou desrespeitando um princípio fundamental da democracia.
“O governo distribuiu senha para os partidos da base do governo para eles não entregarem para ninguém, para as galerias ficarem vazias e distribuiu algumas para a oposição”, afirmou o deputado classificando a medida como “vergonhosa”.
“Não somos só oposição aqui não, somos um número tão pequeno que somos resistência”, completou, dizendo que a situação tem obedecido sem questionar as ordens do Executivo.
“Agora não é só questão de derrotar o PL 36 que destrói com a lei de responsabilidade fiscal, que anistia a presidente Dilma que foi irresponsável, que cometeu o crime, gastou mais do que podia, desrespeitou o orçamento”.
O tucano não economizou críticas. Disparou que o “PT é sinônimo de extrema direita” e que faz uma política retrógada.
“Eles são a direita do Brasil mais atrasada, retrógada, que querem as práticas da ditadura e não aceitamos isso”.
A oposição irá usar de ferramentas regimentais para tentar impedir a votação da PL 36. Em 20 dias o congresso entra em recesso.
