Os dois deputados foram a favor da mudança (Foto: Divulgação)

A Câmara dos Deputados decide nesta domingo (17) se aceita a denúncia de crime de responsabilidade contra a presidenta Dilma Rousseff acatada em dezembro pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após mais de dois dias de discussão pelo plenário da Casa, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), pela admissibilidade do impeachment, vai a voto a partir das 14h.

A votação é aberta e cada um dos 513 deputados será chamado nominalmente para declarar sua posição. Para ser aprovado são necessários 342 votos favoráveis, ou dois terços da Casa. Os deputados federais Jaime Martins (PSD) e Domingos Sávio (PSDB) já estão com posições definidas. Martins disse que caminhará com o partido e votará pela admissibilidade do processo contra a presidente.

“Será uma votação apertada. Quem ganhar não irá ganhar com uma margem grande de vantagem. Posso reiterar que o meu partido, o PSD, irá votar majoritariamente pelo processo de impeachment. Eu votarei favorável ao impeachment porque a sociedade se manifestou neste sentido. Eu, como representante da região Centro-Oeste, pesquisei e tomei a decisão de votar em sintonia com a maioria dos meus eleitores. Se assim ficar decidido, o governo Michel Temer será uma grande incógnita. Vai ser difícil já que contra ele também existem processos. Ele irá tentar fazer um governo de coalizão. Temer é um homem mais acessível, já foi presidente da Câmara dos Deputados, tem uma convivência maior com a classe política. Mas nós temos que estar atentos e preocupados, preocupados com a ética na política. Ele será um primeiro passo, mas a batalha ética continua”, declarou.

Domingos Sávio, que faz parte de um dos principais partidos de oposição, vem defendendo desde o ano passado o afastamento de Dilma. Para ele, ela não é apenas omissa aos crimes investigados, mas também corresponsável.

“Não vai haver golpe, vai haver impeachment e ele é um instrumento da democracia e está previsto na Constituição Federal para salvar o país dos maus governantes, dos que comentem crime contra o povo e o país. Houve crime. Não somos nós da oposição que estamos dizendo. O Tribunal de Contas por unanimidade, e ali há ministros nomeados pelo Lula, pela Dilma, que declararam que houve crime de responsabilidade. O crime dela foi desrespeitar o orçamento, gastar de maneira perdulária o dinheiro do povo brasileiro de forma irresponsável […] Além do crime ela está envolvida neste mar de lama que virou seu governo. Ela não é apenas omissa, o que já seria grave, ela é corresponsável”, afirmou.