Marcelo Lopes
Botar cores em dias cinzentos, levar sorrisos aos rostos tristes e transportar a alegria seja por onde for. Esses e muitos outros objetivos fazem parte das rotinas de um grupo de voluntários. Heróis que fazem o ditado “fazer o bem, sem olhar a quem” de fato uma realidade. O nome? Doutores Palhaços.
O grupo existe desde o dia 12 de outubro de 1999, tendo como inspiração um exemplo vindo o cinema.
“Nós assistimos o filme do Patch Adams (personagem interpretado por Robin Williams), chamado ‘O Amor é Contagioso’ (1998) e ficamos apaixonados com o que o médico fazia dentro do hospital, transformando um ambiente de dor em alegria. Assim resolvemos montar o grupo em Divinópolis”, explica uma dos fundadores e diretora dos Doutores Palhaços na cidade, Cidah Viana.
Após a criação, outras cidades também se interessaram na iniciativa e hoje o grupo está presente em 14 municípios, tendo aproximadamente 600 membros ao todo.
“Em Divinópolis estamos com cerca de 35 visitas em várias instituições e em todos os hospitais durante todo o ano”, explica Cidah.
Para Cidah, o Natal, juntamente com o Dia das Crianças, são as datas mais especiais, onde os membros fazem questão de visitar cada hospital para presentear os pequenos pacientes. Na data de dezembro, a solidariedade e a fé caminham de mãos dadas.
“É uma forma da gente se encontrar com Jesus na pessoa da criança hospitalizada, além de mudar suas rotinas de ficarem olhando para um teto branco e ter a visita dos Doutores Palhaços, do Papai Noel e receber aquele brinquedo no qual ela vai poder brincar e esquecer um pouco daquela dor e do sofrimento”, completa.
Falando em Natal, essa data não poderia passar em branco. Nesta segunda (25), o grupo passou por atividades durante todo o dia, dando início em um almoço especial no Lar dos Idosos, localizado no bairro Bom Pastor. Em seguida, foi a vez de visitar locais como o Hospital São João de Deus, Hospital do Câncer, Hospital Santa Lúcia, Hospital Santa Mônica, Hospital São Judas Tadeu e por fim a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Glauco Pereira, há cinco anos no projeto como o palhaço Papibaquígrafo, vê a oportunidade de hoje como um resgate do espírito natalino e seu verdadeiro significado.
“Quando viemos aqui e descobrimos a real situação de cada um, vemos que os nossos problemas são mínimos. Então quando saímos de um local, somos tão mais retribuídos quanto a quem ajudamos”, diz.
Adriana de Oliveira dentro de instituições e hospitais se transforma em Dra. Melita. Para ela, o sentimento de ajudar quem mais precisa não tem explicação, descrevendo-o em uma imensa alegria.
“É como se você pegasse o seu coração, colocasse na ponta do nariz e levasse a emoção que você está sentindo para eles”.
Em 2018, o objetivo do projeto é continuar crescendo, como explica Lavínia, ou para os pacientes, palhaça Marinalva. A intenção, segundo ela, é levar paz e amor para quem precisar.
“A nossa função há 18 anos é fazer o bem ao próximo. Para aquele que necessitar de nossa ajuda, estamos de braços abertos e narizinho pintado para ajudar a todos”.
Além do espírito natalino, a solidariedade se deve fazer presente em todos os doze meses do ano. Em ações simples, os Doutores Palhaços mostram que a alegria e o sentimento de esperança transformam o coração de cada pessoa que vive um momento de dificuldade ou solidão mais feliz, se tornando do amor um verdadeiro presente de qualquer data comemorativa, onde não há valor que se pague em dinheiro, mas em inúmeros sinônimos de uma mesma palavra: gratidão.
Fotos: Marcelo Lopes