A expressão popular “boi de piranha” pode explicar bem o afastamento da secretária de Educação de Divinópolis Andreia Dimas. No centro da polêmica envolvendo as supostas compras superfaturadas da pasta, ela foi afastada do cargo, embora, o processo de compras extrapole os limites da Rua Minas Gerais.

Essa é a quarta “artimanha” do governo para tentar aliviar o próprio lado. Primeiro, foi a entrega “simbólica” ao Ministério Público dos processos de adesões, depois veio a abertura do sigilo fiscal, bancário e telefônico de todo o primeiro escalão, em seguida, a instauração de um procedimento interno e, agora, o afastamento da secretária.

Decisão que vem com pergunta: Por que apenas ela?

O processo de compras extrapola os limites da Rua Minas Gerais. Não é sem razão que a CPI da Educação decidiu em convocar outros três secretários para oitivas: Administração Thiago Nunes, Fazenda Gabriel Vivas e a de Governo e também vice-prefeita Janete Aparecida (PSC). Além deles, o procurador Rodrigo.

Enquanto o “circo pega fogo” e o povo clama por respostas, o trio estava a “passeio” por Criciúma, Santa Catarina, para análise técnica do Sistema de Tecnologia Interno que deverá ser instalado no município para tramitação online de documentos.

Uma verdadeira cortina de fumaça para tentar abafar a crise administrativa.

Se a ideia é, em uma suposição, crucificar apenas uma servidora de carreira, para “aliviar a barra” ou “salvar nomes”, vem apenas reforçar o tom adotado por este governo para lidar com o funcionalismo. 

Andreia Dimas, deixa a Secretaria de Educação e volta para o cargo de origem, carregando o peso da gestão mal conduzida por esta administração.

Governo que empurra para terceiros a responsabilidade que lhe cabe, assim como erros: “não fui eu”. Que cai o menor, que sobreviva os grandes. E, aqui, não estamos culpando ou inocentando ninguém, não é nosso papel. Estamos apenas questionando o trato desigual diante das suspeições.

Os amigos do “rei” ou “rainha” continuam, enquanto isso, pomposos nos cargos. Mesmo com a população perguntando, por que apenas a Andreia foi afastada?”

O próprio líder do governo, o vereador Edsom Sousa (CDN) disse que o afastamento da secretária foi um “pré-julgamento” e “prematuro”, até porque há a “presunção da inocência”. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Agora.

Para ele, cabe também o afastamento do secretário de Administração. “Se afastou um, deveria afastar todos”.

Fica a pergunta: a regra vale para todos ou apenas uma?