divinópolis e a turbulenta política
No legislativo e no executivo, Divinópolis vive um momento turbulento na política (Foto: Divulgação/Câmara de Divinópolis)

Basta um olhar despretensioso para trás, para não restar dúvidas de que Divinópolis, nunca na história, viveu um momento tão turbulento na política local. Dois vereadores afastados, além de um, efetivamente, com mandato cassado.

Isso sem falar na lista de pedidos de “impeachment” contra o prefeito Gleidson Azevedo (Novo) – até aqui, todos arquivados pela “tropa de choque”.

O mais recente, não tão diferente dos outros, baseado nas violações constantes na aplicação de recursos públicos na saúde.

A verdade é que – no centro da alienação social – tenta-se criar duas Divinópolis. Aquela real, da superlotação da UPA, da falta de médicos e medicamentos, da má aplicação do dinheiro público, reprovação de contas da Saúde e uma gestão longe de aprovação unânime.

Mas, também há aquela desenhada e sustentada por um discurso populista de “fora pra dentro”, que maquia a realidade com recortes compartilhados nas redes sociais. O pior, com parte de uma câmara que blinda a gestão com a falácia de que tudo é “perseguição política”.

Usam as eleições de 2024 como argumento para barrar investigações, quando, na verdade, a “proteção excessiva” visa, exatamente, assegurar a cadeira com as vantagens que um Executivo pode oferecer (a si) – para 2024.

A ideia da nova política, que abandonou o traje de gala à vestimenta casual, vai ganhando contornos da velha política: mandonismo, coronelismo e clientelismo. Essa é a verdade. Já não está assim, tão mais, subliminar.

Principalmente, onde não há programa de governo e sim um projeto político de poder que brinca com os anseios da população.

Política medonha de Divinópolis

Para desmantelar essa política medonha é preciso muito mais. Já não se trata de esquerda ou direita. É necessário, então, contrapor uma ação política consequente a políticos de anedota.

É preciso questionar. Fiscalizar. Investigar. Se há uma máxima que se aplica a velha e a nova política é: “quem não deve não teme”. Para isso, é necessário um parlamento mais fiel ao povo.

E aqui, não estamos falando em culpabilizar, mas sim, de quebrar essa vidraça que blinda quem assiste “do alto da arrogância” todas as suspeitas serem varridas para debaixo do tapete. É preciso compreender, que soberano é o povo. Ah, e quem cala consente.

Mais do que isso, e para romper esse ciclo, são necessários partidos com agenda, programa e, é claro, com coesão ideológica e compromisso democrático (seja à direita ou à esquerda). Mas, esse é assunto para outro momento.