A participação feminina na política contribui sobremaneira para a promoção de uma agenda que prioriza educação, saúde, combate à violência doméstica e gênero
Mulheres não precisam votar em mulheres. Isso é lógico. Mas podemos partir do pressuposto de que ninguém melhor que uma mulher para conhecer as demandas e temas sensíveis às causas femininas. Daí, a importância das mulheres na política.
Dificilmente homens se empenharão na elaboração e efetivação de políticas públicas que atendam a essas urgências. Basta uma análise superficial do que as mulheres conquistaram até aqui e do caminho que ainda precisam percorrer.
Estamos falando de políticas públicas que contribuam para o enfrentamento de todas as formas de violência, que possibilitem a política do cuidado, a inclusão, assim como a permanência da mulher no mercado de trabalho.
Ao contrário disso, é nítido e notório que, a elas, resta diariamente batalhar pela garantia mínima de direitos. Pior! Lutam pelo óbvio: respeito. Afinal, ele está acima de qualquer gênero.
Infelizmente, nem todo “macho” está pronto para ser confrontado por mulheres que não se sujeitam ao mínimo. Tentam minimizar e ridicularizar com termos pejorativos – que nem vale a pena repetir ou repercutir. Quem não respeita, não serve para governar.
Governar para todos
Mulheres não precisam votar em mulheres. Até porque as urgências vão além das políticas públicas que demandam. Saúde, educação, desenvolvimento econômico e por aí vai. É necessário lideranças capazes de governar, sem restringir ou separar, para todos.
A participação feminina na política contribui sobremaneira para a promoção de uma agenda que prioriza todas essas questões. Não há dúvida – claro, com exceções – de que as mulheres, em sua maioria, não cuidam só de mulheres. Elas cuidam dos filhos, dos irmãos, dos maridos.
Tão certo quanto dizer que mulheres não precisam votar em mulheres, parece certo, ao menos, considerar as opções. Analisar currículos, verificar e alinhar propostas, numa tentativa de eliminar essa sub-representação em posições de liderança política.
- Homem joga garrafa em viatura para ser preso e tratar contra drogas
- Mais do que pólvora e foguetes: Samonte surfa onda avícola com carne e ovos
- Quase 14 toneladas de sabão em pó falsificado são apreendidas na BR-494
- Pesquisa revela que 59% dos brasileiros usam o 13º salário para quitar dívidas ou pagar contas básicas
- Diocese de Divinópolis emite nota sobre desalojamento de famílias em Conceição do Pará
Representatividade de mulheres na política
Em 2020, para se ter uma ideia, apenas 677 mulheres foram eleitas para o cargo de prefeita, o que representa apenas 12,2% do total. Conforme relatório de 2022 do IPU Parline, o Brasil ocupa a 145ª posição em representatividade feminina na política mundial.
O olhar da mulher é mais carregado de humanidade. Talvez pela construção social que lhes delegou o papel de cuidadoras. Essas características as tornam mais aptas a enxergar vulnerabilidades e a construir políticas que impactam positivamente a sociedade.
Claro, vale sempre reforçar, há exceções. Existem mulheres que fazem política na sombra de homens que representam o escárnio da política. Assim como há homens que usam mulheres para atrair um eleitorado que eles desdenham e desrespeitam. Afinal, elas representam 52,4% do eleitorado apto a votar em outubro.
No fim, são as mulheres que definem uma eleição e quem elas querem representando-as na construção de uma sociedade mais democrática e igualitária.