Vereador disse que irá processar partido e tratou a decisão do MDB como barbaria, represália e arbitraria

O prazo para o vereador de Divinópolis, Edsom Sousa (MDB) recorrer para tentar evitar a expulsão do partido está terminando. Ao PORTAL GERAIS, ele disse que não irá tentar reverter a decisão da Executiva Municipal em esfera estadual.

Tratando o caso como “barbaria” afirmou que irá processar o presidente do MDB, o ex-assessor de governo Fausto Barros, a Comissão de Ética e a Executiva.

“É uma barbaria. Um legislador tem contato legal com o processo. Sei o valor do estado democrático de direito. Estou assustado de ver a prepotência do MDB local”, declarou.

Sousa acusa o partido de ter descumprido o estatuto na condução da expulsão. Afirmou que em nenhum momento foi chamado pela cúpula para discutir a atuação parlamentar e nenhum projeto.

“Após eleição, o MDB reuniu só uma vez. Vamos provar que é uma arbitrariedade”, enfatizou.

Para o edil, a expulsão é em represália as denúncias feitas, como a que resultou na formação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura lançamentos do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) abaixo da cota básica. Outras duas citadas por ele, é suposta negociata de cargos na prefeitura e descumprimento da Lei do Gatilho.

Expulsão

O documento comunicando a expulsão e dando o prazo de cinco dias para o vereador recorrer foi protocolado na terça-feira (05) no endereço comercial, neste caso na Câmara e também na casa dele. O membro da Executiva, Antônio Eustáquio alega que Sousa infringiu várias normas do estatuto.

“Ele foi eticamente contra o partido. Como vereador do MDB ele pediu impeachment do prefeito, xingou o prefeito, o partido. Ele brigou com os vereadores de mesmo partido”, argumentou.

Relação rompida

O namoro entre o vereador e o MDB não durou muito após a eleição do prefeito, Galileu Machado. A relação ficou estremecida logo após a eleição da Mesa Diretora. Tentado encabeçar uma chapa, o prefeito apoiou o vereador de mesmo partido, Adair Otaviano.

Sousa foi então nomeado líder do governo. Entretanto, se aproximou da oposição e menos de oito meses depois rompeu com o MDB. Desde então, tem protocolado pedidos de CPI’s e cassação do mandato de Machado.

Pediu para deixar o partido

Apesar das declarações enfáticas de represálias e perseguições, por várias vezes, em pronunciamento das reuniões da Câmara, o vereador pediu para sair do partido. A última vez foi na terça-feira quando já sabia que seria expulso.

“Como você vai ser expulso de um lugar que nunca estive? […] Não fico neste partido, quero distância deste povo. Foi o maior erro que cometi na minha vida”, disparou Sousa.

Questionado porque não saiu antes, sem dar detalhes e limitando-se a falar, disse ter feito um acordo por escrito com o presidente do MDB. Alegou ainda que se saísse, a sigla iria requerer a cadeira.

Penalidades

De acordo com a Diretoria Legislativa da câmara, o vereador sem filiação partidária, para efeito do exercício do mandato, fica impedido de compor comissões permanentes e de disputar cargos para a Mesa Diretora. Até o momento nenhum documento chegou ao Legislativo. Ele deve ser encaminhado após vencer o prazo de recurso.

Edsom Sousa afirma ter recebido convites de cinco partidos, mas não mencionou quais. Um deles, conforme apuração da reportagem do PORTAL, seria o Patriota do vereador Sargento Elton.