Parceria Sindinova-Sebrae-Fiemg afasta os piratas do setor que absorve 7 de cada 10 novos postos de trabalho em Minas
Portal Centro-Oeste
O antigo distrito do Cercado tornou-se município em 1953 e adotou o nome de Nova Serrana, em referência ao apelido da cidade jurisdicionante, Pitangui, conhecida como “Velha Serrana”. O tempo passou, Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas, a 120 quilômetros de Belo Horizonte, cresceu (população atual: 95 mil habitantes), encontrou sua vocação econômica na fabricação de calçados e hoje ostenta dados invejáveis. Segundo a última pesquisa localizada do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, sobre o primeiro semestre de 2017, Nova Serrana ocupa a décima posição entre todos os municípios brasileiros que mais abriram postos de trabalho.
De janeiro a junho, as indústrias calçadistas contrataram novos 2.343 trabalhadores, número que representa 18% do total nacional e, em Minas, impressionantes 71%. Ou seja, de cada 10 novos empregados no estado em 2017, sete foram para a cidade. Muito desta pujança se deve aos programas de capacitação, alguns deles elaborados pelo Sebrae.
“Considerando que mais de 80% das empresas são de micro e pequeno porte, o Sebrae tem papel fundamental no desenvolvimento das mesmas. Ele orienta os empresários e, junto conosco, viabiliza alternativas de crescimento”, atesta o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes da Silva.
De fato, as ações do Sebrae têm contribuído para que o empresariado tome pé dos negócios face às demandas do mercado. Atividades como oficinas, consultorias, palestras e cursos (de gestão e desenvolvimento de produto) são uma rotina nas atividades do Sebrae. O Sindinova também ministra cursos e eventos e há ainda o Senai, que possui um Centro de Formação Profissional na cidade.
O boom da indústria calçadista de Nova Serrana iniciou-se no final da década de 1960. Em 1972, havia 48 fábricas na cidade. Quando foi criado, em 1991, o Sindinova se deparou com aproximadamente 500 empresas. Hoje, o polo abriga 1.200 fábricas, distribuídas por 12 municípios, emprega quase 46 mil trabalhadores e produz cerca de 105 milhões de pares de calçados ao ano. A maior parte de comercialização vai para as grandes redes de lojas e marketplaces.
O principal mercado consumidor está nas classes C e D, mas também são produzidos calçados de alto valor agregado para públicos mais elitizados. Cerca de 98% da produção vai para o mercado interno, principalmente São Paulo, e os restantes 2% são destinados a países do Mercosul e outros da América do Sul.
Nova Serrana está entre os três principais polos calçadistas do Brasil, ao lado de Franca/SP e do Rio Grande do Sul. Os principais produtos que saem das plantas industriais são: sandália/sapatilha (casual); sapato/bota feminina (casual); sapato masculino (casual); bota/adventure (lifestyle); sapatênis (casual); jogging (esportivo); confort (casual); tênis/papete (infantil); esportivo casual; sandália/sapatilha (casual); sapato/bota feminina (casual); chuteira (esportivo); futsal (casual e esportivo) e acessórios.
E, além de Nova Serrana, as fábricas estão distribuídas pelas cidades: Araújos, Bom Despacho, Conceição do Pará, Divinópolis, Igaratinga, Leandro Ferreira, Onça de Pitangui, Pará de Minas, Perdigão, Pitangui e São Gonçalo do Pará.
De acordo com dados do Sindinova, a cadeia produtiva calçadista de Nova Serrana abriga 1.521 empresas, incluindo fabricantes e prestadores de serviços:
- 55 fabricantes de calçados de couro;
- 119 fabricantes de tênis de qualquer material;
- 123 fabricantes de calçados de material sintético;
- 489 fabricantes de calçados e de materiais não especificados;
- 426 fabricantes de partes de calçados, de qualquer material;
- 79 empresas de acabamento de calçados de couro;
- 21 empresas comerciais atacadistas de calçados;
- 209 empresas comerciais varejistas de calçados.