Foto: Câmara de Divinópolis

 

Prefeito disse não saber como o ato de nomeação chegou às mãos do denunciante; CPI investiga negociata de cargo

Marcelo Lopes

O prefeito de Divinópolis, Galileu Teixeira Machado (MDB), foi ouvido, na tarde desta quarta-feira (22), pelos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga indícios da prática de atos lesivos ao interesse público por parte do Poder Executivo.

Devido a uma prerrogativa de Galileu, para poder ser ouvido no próprio ambiente de trabalho, a oitiva foi realizada no Centro Administrativo da Prefeitura, no bairro Belvedere. Por determinação do Executivo, a reunião não foi transmitida.

Depoimento

Segundo o presidente da CPI, Ademir Silva, Galileu respondeu todas as perguntas feitas. Sobre a nomeação do ex-aliado, Marcelo Máximo, o vereador disse que o depoente relatou que havia a intenção de nomear o denunciante, após uma procura de Marreco, para um cargo na prefeitura.

“Galileu disse que tinha a intenção, mas não tinha oferecido cargo para o Marreco, para ele participar da campanha, pedindo voto para o prefeito e com a procura do Marreco pelo cargo, Machado relatou que ia ceder o mesmo depois que passasse a Reforma Administrativa”, relatou Ademir ao PORTAL.

Em relação ao cargo, Ademir disse que Galileu foi incisivo de que não nomeia ninguém para receber sem trabalhar.

“Ele disse que é um homem que chega na Prefeitura às 7h e vai embora todo dia às 19h e que não iria dar cargo para ninguém sem trabalhar. Galileu falou que Marreco não iria pegar no batente e sim coordenar uma equipe de trabalho”, disse o presidente.

Foto: Câmara de Divinópolis

Contradições

Por outro lado, o também membro da comissão, Edson Souza (MDB), analisa que houve contradições em comparação aos depoimentos feitos pela secretária de administração, Raquel Oliveira e o secretário de governo, Roberto Chaves.

“O prefeito reconhece a assinatura dele no decreto e não reconhece, por exemplo, quem o levou para o Marreco. Há muitas contradições gravíssimas com os depoimentos da Raquel e do Roberto, com o do Galileu. Ele (Galileu) chegou até a falar que não sabe como o documento saiu da prefeitura (…) onde há contradição, não há verdade”, disse Edson.

O vereador emedebista ressaltou que irá aguardar os próximos depoimentos para requerer uma acareação entre os ouvidos, como Marreco, Raquel, Roberto, Galileu e o jornalista e editor do blog Divinews, Geraldo Passos, que será ouvido nesta quinta-feira (23), no plenário da Câmara Municipal, às 9h.

Além disso, Edson também irá protocolar novos requerimentos para que sejam ouvidos José Nilton Teodoro, diretor da secretaria de meio ambiente e o presidente da Câmara Municipal, vereador Adair Otaviano (MDB).