Itapecerica, com pouco mais de 23 mil habitantes, corre o risco de perder uma das poucas empresas que opera na cidade gerando mais de 300 empregos. A Radil Alimentos foi interditada no dia 08 de março pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e esta semana dispensou todo o quadro de profissional. Os trabalhadores reagiram e manifestaram na porta da prefeitura nesta quinta-feira (05).

 

Funcionários se concentraram na porta da prefeitura de Itapecerica (Foto: Rafael e Junior's/Studio Arte e Foco)

Funcionários se concentraram na porta da prefeitura de Itapecerica (Foto: Rafael e Junior’s/Studio Arte e Foco)

A empresa funciona como abatedouro de frango e possui 22 unidades espalhadas por Minas Gerais. Em Itapecerica são quase 17 anos de atuação e em todo o Estado 30. No início de março os fiscais do IMA estiveram no local e interditaram alegando que os produtos estavam causando prejuízos ao consumidor final. Uma lista de exigência foi repassada para que ela continuasse a operar.

“A Radil cumpriu todas as exigências. Os técnicos voltaram, analisaram e repassaram várias outras exigências. Nós sempre fazemos o controle. No mês passado, fizemos 500 análises e nenhuma deu alteração”, argumenta uma funcionária da empresa que preferiu não se identificar.

Com a interdição pelo menos 300 pessoas ficaram desempregadas. Além disso, 50 delas correm o risco de perder o benefício da moradia. A essas famílias a empresa custeava o aluguel.

“Temos aqui pai, mãe e filhos trabalhando. Como eles irão fazer? E a famílias dos demais funcionários? Não são apenas 300 pessoas atingidas”, desabafou.

Protesto

Sem condições de atender a todas as exigências impostas pelo IMA, os funcionários se mobilizaram para buscar apoio político. Na tarde desta quinta-feira uma manifestação foi feita na porta da prefeitura para pedir a intervenção do prefeito, Antonio Dianese.

IMA

Cerca de 300 pessoas foram demitidas (Foto: Rafael e Junior's/Studio Arte e foto)

Cerca de 300 pessoas foram demitidas (Foto: Rafael e Junior’s/Studio Arte e foto)

Por meio de nota, o IMA afirmou que a empresa “apresentou, nos últimos anos, um histórico de postergação de ações corretivas para inconformidades de natureza higiênico-sanitária dentre elas estruturais, operacionais e de equipamentos, causando deficiências e consequentemente o comprometimento da qualidade dos produtos e da saúde pública”.

Diante desta situação, segundo o IMA, a indústria foi interditada no dia 08 de março.  Com o objetivo de reestabelecer suas atividades, a mesma propôs um Plano de Ação cujos prazos foram acordados com o SIE (serviço de inspeção estadual – IMA) que visou, desde o princípio de suas atividades corretivas, o fornecimento de produtos sanitariamente inócuos à população.

Na medida em que a empresa apresentava solução para as não conformidades, os trabalhos foram sendo retomados de forma reduzida, favorecendo a rigorosa inspeção dos produtos pela equipe de fiscais permanentes.

Segundo o IMA, “no último dia, 26 de abril, após avaliação das ações corretivas efetuadas, do controle do risco sanitário industrial e da conformidade da sua situação sanitária, foi estabelecida a sua desinterdição autorizando, portanto, o reestabelecimento de seus trabalhos de forma plena e segura”.

Ao PORTAL a empresa disse que não comentará por enquanto o caso.