Arthur Tótoli
Todos nós sabemos que a volta de um detento para o convívio com a sociedade é difícil, muitas vezes ele é mal visto e sofre preconceito por ser um ex-presidiário. É pensando nisso que uma parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) com a indústria de confecções de Divinópolis vem dando frutos e existe um grande potencial ainda, a ser explorado.
Uma das empresas que fazem parte dessa parceria é a Verde Limão, uma indústria que fabrica peças de moda praia, renomada e com forte presença no exterior. O projeto foi concebido e justificado dentro da Lei de Execução Penal, que estabelece que o trabalho dos condenados deve, necessariamente, ter a função educativa e produtiva, com a finalidade de aos poucos fazer a reinserção destas pessoas no mercado de trabalho. Elas trabalham na oficina dentro do presídio Floramar.
Essa ressocialização das detentas é uma das formas de reduzir as chances de que essas pessoas cometam novamente algum crime, além do mais, elas recebem ¾ de um salário mínimo e tem uma redução de pena de um dia para a cada três trabalhados. Um dos frutos dessa parceira é a detenta, Jenifer Silva Araújo, de 23 anos de idade, que trabalha para a Verde Limão. Dentro da oficina juntamente com outras presas ela corta e embainha lençóis, borda biquínis e maiôs, peças que atualmente estão sendo enviadas até para a capital da Inglaterra, Londres. Ela possuí uma jornada diária de oito horas de trabalho, e conta como surgiu a oportunidade de se reintegrar ao mercado de trabalho.
“Já estou trabalhando há um ano e meio, passei por treinamento e tive essa oportunidade”, afirmou.
Esse projeto contribui para o desenvolvimento não só das habilidades das detentas, mas também para o crescimento da pessoa como ser humano e conseqüentemente para um mundo melhor, como destaca Marisa Castro, sócio-proprietária da Verde Limão.
“É uma maneira de contribuir para recuperação dos presos. Preparando para a volta a sociedade. Há uma satisfação enorme em contribuir para um mundo melhor, com menos violência.”