Amanda Quintiliano
A reunião entre os representantes do Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais e o secretário de Saúde de Divinópolis, Rogério Barbiere não foi suficiente para convencer que o município tem se esforçado para solucionar o caos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No início da noite desta quinta-feira (07) a categoria irá se reunir para definir os próximos passos do movimento que pode incluir a adesão a suspensão parcial dos atendimentos adotada pelos médicos.
Ao PORTAL o presidente do Sindicato, Anderson Rodrigues disse ter considerado as afirmações do secretário vagas, principalmente quando se trata do contrato entre o município e a Santa Casa de Formiga. Apesar dele afirmar o interesse de romper, segundo Rodrigues, ele diz ser necessário aguardar cerca de seis meses.
“Ele falou que a Santa Casa está descumprido o contrato, mas tem que esperar seis meses para romper, sendo que ela está descumprindo uma série de itens. Isso não ficou muito claro pra mim. Se está descumprindo, automaticamente ele precisa ser suspenso”, argumenta, dizendo que isso não é uma questão que o sindicato irá abordar no momento.
A preocupação maior é com a segurança dos profissionais. Sem atendimento médico, quem tem feito a orientação dos pacientes são os enfermeiros.
“Questionamos o movimento dos médicos. São eles que precisam estar a frente da orientação dos usuários, de falar que vai atrasar, demorar até 24 horas para um atendimento que deveria ser em 2 horas”, explica e acrescenta: “Isso coloca em risco o enfermeiro que pode ser agredido verbalmente e fisicamente […] Essas agressões são comuns em UPAs de todo o Estado”.
O presidente do sindicato ressaltou não ser contra o movimento dos médicos. O classificou como legítimo e necessário, entretanto mencionou estar faltando mais esclarecimento à população. Nesta quinta-feira (07) ele se reuniu com o diretor clínico da unidade, Rodolfo Monteiro Barbosa.
“Pedimos que a cada duas horas os médicos informem a população. Não vimos nenhum cartaz explicando sobre o movimento”, esclarece.
Críticas
Os gargalos da UPA foram comunicados ao Conselho Estadual de Saúde. Rodrigues enfatizou que a saúde de Divinópolis “está doente, entrando o CTI”.
“Ter 50 pessoas internadas em um pronto-socorro é inaceitável. Acompanhamos as unidade de Belo Horizonte, Teófilo Otoni e não há nada disso”, comenta, estranhando a dificuldade de interlocução entre o município e o estado.
“É algo político. Não sei porque” e concluiu: “Desta forma não terá outra opção a não ser entrar no movimento. É uma cadeia de erros que estamos vendo”.