O animal pertenceu a megafauna extinta ao final da última era glacial que durou 2,5 milhões de anos.
Pesquisadores encontraram fósseis de uma preguiça-gigante que viveu na época conhecida como “Era do Gelo”, em Pains, no Centro-Oeste de Minas. Eles estavam na Gruta João Lemos.
A descoberta ocorreu em 2022 por profissionais Programa de Pós-graduação em Geografia, em parceria com membros do Espeleogrupo Pains (EPA). Contudo, o trabalho se encerrou apenas este ano.
A equipe participava das atividades de campo da Escola Brasileira de Espeleologia (EBRE) da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE).
Trata-se do primeiro registro fóssil da espécie na região Cárstica do município.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO DE WHATSAPP.
Os fósseis da pregriça-gigante
Os pesquisadores encontraram os fósseis, da espécie Catonyx aff. cuvieri, permineralizados, ou seja, a estrutura biomineral dos ossos foi substituída pela calcita mineral do meio circundante, através da percolação da água rica em carbonato de cálcio que adentrou nos espaços intersticiais ósseos.
A equipe pode resgatar aproximadamente 25% da ossada, incluindo o úmero esquerdo, ossos carpais, falanges, costelas, crânio fragmentado, vertebras esternais, assim como, osso palmar. O animal viveu no Pleistoceno e pertenceu a megafauna extinta ao final da última era glacial que durou 2,5 milhões de anos.
- Minas gera quase 1 milhão de empregos com carteira assinada
- Homem fica gravemente ferido após ultrapassar caminhão na MG 431
- Bom Despacho inaugura Nataliza BD nesta sexta-feira (29)
- Copasa é eleita a melhor empresa de saneamento brasileira em desempenho financeiro e sustentável
- Bebê de um ano é salvo por policial após se engasgar em Divinópolis
Sexagem
Segundo o Prof. Dr. Luiz Eduardo Panisset Travassos, docente do Departamento de Geografia da PUC Minas, eles não realizaram a sexagem do animal pois não encontraram a bacia pélvica do fóssil.
“No entanto, podemos dizer que o animal atingiu a fase adulta pelas extremidades dos ossos longos, as epífises, estarem fundidas às diáfises, ou seja, corpo ósseo.”, afirma.
A expedição de resgate do fóssil teve como objetivo identificar na região aspectos da paisagem que favorecem a formação de depósitos sedimentares nesse tipo de paisagem, o Carste.
De acordo com o pesquisador Bruno Kraemer, que participou da atividade, o animal apresentava uma estrutura aproximada de um novilho de 150 quilos. Além disso, tem corpo alongado, crânio de aspecto tubular, membros atarracados e garras poderosas.
“A locomoção desse animal era peculiar e denominada de pedolateral, ou seja, pisava na face externa das patas. Além disso, seriam capazes de construir tocas no solo, para procriarem e se esconderem”, explica Kraemer.
O material será triado e preparado no laboratório do Programa de Pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial da PUC Minas, Campus Coração Eucarístico, e será destinado à Coleção Paleontológica do Museu de Ciências Naturais da Universidade.