fósseis preguiça-gigante em pains
Fósseis do preguiça-gigante foram encontrados na gruta João Lemos (Foto: Divulgação/PUC Minas)

O animal pertenceu a megafauna extinta ao final da última era glacial que durou 2,5 milhões de anos.

Pesquisadores encontraram fósseis de uma preguiça-gigante que viveu na época conhecida como “Era do Gelo”, em Pains, no Centro-Oeste de Minas. Eles estavam na Gruta João Lemos.

A descoberta ocorreu em 2022 por profissionais Programa de Pós-graduação em Geografia, em parceria com membros do Espeleogrupo Pains (EPA). Contudo, o trabalho se encerrou apenas este ano.

A equipe participava das atividades de campo da Escola Brasileira de Espeleologia (EBRE) da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE).

Trata-se do primeiro registro fóssil da espécie na região Cárstica do município.

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Os fósseis da pregriça-gigante

Os pesquisadores encontraram os fósseis, da espécie Catonyx aff. cuvieri, permineralizados, ou seja, a estrutura biomineral dos ossos foi substituída pela calcita mineral do meio circundante, através da percolação da água rica em carbonato de cálcio que adentrou nos espaços intersticiais ósseos.

A equipe pode resgatar aproximadamente 25% da ossada, incluindo o úmero esquerdo, ossos carpais, falanges, costelas, crânio fragmentado, vertebras esternais, assim como, osso palmar. O animal viveu no Pleistoceno e pertenceu a megafauna extinta ao final da última era glacial que durou 2,5 milhões de anos.

pesquisadores encontra fósseis gigantes
Os pesquisadores encontraram os fósseis em 2022 e concluíram os trabalhos em 2024 (Foto: Divulgação/PUC Minas)

Sexagem

Segundo o Prof. Dr. Luiz Eduardo Panisset Travassos, docente do Departamento de Geografia da PUC Minas, eles não realizaram a sexagem do animal pois não encontraram a bacia pélvica do fóssil.

“No entanto, podemos dizer que o animal atingiu a fase adulta pelas extremidades dos ossos longos, as epífises, estarem fundidas às diáfises, ou seja, corpo ósseo.”, afirma.

A expedição de resgate do fóssil teve como objetivo identificar na região aspectos da paisagem que favorecem a formação de depósitos sedimentares nesse tipo de paisagem, o Carste.

De acordo com o pesquisador Bruno Kraemer, que participou da atividade, o animal apresentava uma estrutura aproximada de um novilho de 150 quilos. Além disso, tem corpo alongado, crânio de aspecto tubular, membros atarracados e garras poderosas.

“A locomoção desse animal era peculiar e denominada de pedolateral, ou seja, pisava na face externa das patas. Além disso, seriam capazes de construir tocas no solo, para procriarem e se esconderem”, explica Kraemer.

O material será triado e preparado no laboratório do Programa de Pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial da PUC Minas, Campus Coração Eucarístico, e será destinado à Coleção Paleontológica do Museu de Ciências Naturais da Universidade.