Sem respostas ou previsão para a realização de concurso público para contratação de professores, estudantes da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), da unidade Divinópolis, manifestaram na noite desta quarta-feira (22). Com grito de “a Uemg vai parar”, eles pedem a publicação do edital ainda este ano e acusam o governo de “descaso com a universidade”.

Quando a Uemg foi estadualizada estava previsto no artigo 8º da lei 20.807/13 que em até 120 dias o concurso iria ter início. Passaram-se três anos e a cada final de ano letivo alunos temem a falta de professores. No início deste ano a Seplag chegou a divulgar que até março lançaria o edital para preenchimento de 147 vagas até dezembro deste ano. Entretanto, não passou de promessa.

“Enquanto não sai o concurso os professores são contratos por designação, contrato de até dois anos. Porém, o contrato acaba no final do ano, e corremos sérios riscos de ficar sem professores em 2017”, afirma o estudante de engenharia, Emanuel Cândido.

“Por isso estamos cobrando ou o concurso público ou a recondução do corpo docente, para que assim tenhamos garantia de professores em 2017”.

Por meio da diretoria da unidade de Divinópolis, os alunos chegaram a enviar cartas para a Secretaria de Estado de Planejamento para a reitoria da Uemg e também para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SECTES), mas todas as respostas foram negativas. Elas foram entregues junto com o abaixo assinado dos estudantes.

“Queremos agora tornar público esse descaso. Para que o governo “se toque” e comece a cumprir a lei”, enfatizou o estudante.

No início do ano, o governador Fernando Pimentel gravou um vídeo falando da recontratação do corpo docente para 2016 até a realização do concurso. Na época, o semestre letivo estava ameaçado. O impasse era se os contratos dos professores que era ainda da Funedi seriam renovados ou se seria publicado novo edital de designação. O corpo docente foi então recontratado.

Os estudantes não descartam a possibilidade de promover um “apagão”. A paralisação seria nas 17 unidades da Uemg espalhadas pelo Estado. Em Divinópolis há cerca de 230 professores. 

Estado

A Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag) foi enfática ao dizer que o Estado está impedido de realizar concursos, contratar ou dar aumento para qualquer categoria. A justificativa é que a folha de pagamento já atingiu o limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Afirmou ainda que concursos só serão realizados quando o Estado conseguir equilibrar as finanças e que, para isso, medidas para ampliar a arrecadação serão tomadas. Na programação, segundo a assessoria, não inclui, por exemplo, demissão de comissionados.

Uemg

Já a Assessoria de Comunicação da Uemg disse que os professores que realizaram a assembleia nesta quarta (21) vão escolher, ainda nesta semana, dois representantes para falarem em nome deles.