Ana Amélia Vieira

No final do ano passado, publiquei uma coluna sobre o trabalho voluntário, realizado por minha sala, no “Abrigo Frederico Corrêa”. Hoje, venho mais uma vez chamar a atenção para um trabalho parecido.

A mesma professora, agora em outra escola, resolveu dar continuidade ao projeto de visitas no abrigo, em busca de melhorar a vida dos que ali vivem. Ela, juntamente, com seus alunos da Escola Estadual “Imaculada Conceição”, passaram a desenvolver o trabalho nos moldes do que a minha sala realizou. Os alunos fazem visitas quinzenais aos idosos, promovendo alegria, esperança e otimismo aos que ali vivem e se sentem sozinhos.

O crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial. Em 1950 eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase 8 milhões de idosos por ano. Segundo projeções estatísticas, em 2050, a população idosa será de 1,9 bilhão de pessoas montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade, ou um quinto da população mundial.

Os números mostram que, atualmente, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais e, para 2050, estima-se que a relação será de uma para cinco em todo o mundo, e de uma para três nos países desenvolvidos. As consequências do crescente número de idosos implicam em aumento das demandas sociais, e passam a representar um grande desafio político, social e econômico.

A professora pensando nestes números e nos grandes problemas envolvidos na questão resolveu desenvolver esse projeto voltado para essa faixa etária. E, ainda, conscientizar os alunos quanto a estes aspectos, buscando criar neles o espírito solidário e cidadão que cada pessoa deve adquirir. A escola, como polo de formação do cidadão, oferece todos os indicativos para intervir de forma multidisciplinar sobre esta faixa etária da população, articulando ações que viabilizem um resgate do ser, trabalhando o mesmo de forma global, valorizando os aspectos individuais do idoso.

É impressionante como as feições dos idosos mudam em pouco tempo. É uma realidade que nos assusta e perturba a cada visita que fazemos.

Todos nós somos obrigados a parar e pensar sobre essa realidade que vivemos. Um dia vamos ser idosos. Para você, essa época pode estar longe ou já se aproximando. Não importa quantos anos você tem. Você vai querer ter muito amor carinho de seus filhos, netos, e quem sabe bisnetos. Talvez, você prefira ir para um abrigo, onde profissionais especializados estarão ao seu dispôr para te proporcionar uma velhice tranquila e sem complicações.

Enfim, os jovens que fazem as visitas ao abrigo pretendem, acima de tudo, levar o carinho e o amor que os idosos precisam, para que juntamente com o cuidado de profissionais  consigam ser pessoas com uma boa qualidade de vida, e principalmente felizes, encantando a todos com seu carisma e vontade de viver. Porque nós, jovens, temos muito a aprender com cada uma daquelas pessoas que deixam a nossa semana mais especial.

Somos extremamente gratos por tudo o que eles fazem por nós. E ainda dizem que é nós que fazemos por eles. É eles que nos ensinam a ter força de vontade, é com eles que aprendemos a admirar as coisas simples da vida.

E mais uma vez, o serviço voluntário mudou a vida daqueles recebem e doam o serviço.

Parabenizo a todos pelo trabalho desenvolvido, os alunos, as supervisoras, a direção e a professora que desenvolveu o projeto. E desejo, do fundo do meu coração, que mais pessoas possam ter iniciativas como estas que fazem a diferença daqueles que recebem.