Hoje não tem artigo, conto ou crônica. Reflexão ou crítica. Hoje é dia de respirar e olhar para trás. Não só com aquela sensação de tempo perdido, mas com a certeza que o ano se foi e alguma coisa de bom ficou no seu percurso.

 

 

rodrigo (1)

Se não fosse assim, morreríamos antes da angústia vinda da constatação de que nada se produziu e que tudo fora em vão. Claro que a verdade não é esta e, querendo ou não, arredamos um pouco.

Se não movimentamos por conta própria, a vida moveu a gente. Estar vivo é estar em movimento mesmo contra a vontade própria. Esta é uma regra universal que nos desafia há milênios.

O pensamento movimenta-se, os olhos movimentam-se, as moléculas e os átomos também. Movimentar e agir são inerentes ao homem e não há como fugir a este fato.

Se esta, então, é regra geral, a do movimento, há de se pensar em que direção se quer movimentar e qual a intensidade deste movimento. Quer ficar rico? O primeiro movimento é pensar no dinheiro. Depois, nos meios de obtê-lo e na sequência, a execução do que se pretende.

Como se vê, nas três fases descritas acima há movimento. Resta saber em que etapa delas o sujeito ficou e com que força as executou. Mesmo que ele não quisesse – num ano de crise econômica e política como este – a vida por si só movimentaria o sujeito. Se não for para ter uma condição melhor, ao menos por mera questão de sobrevivência.

Não há, portanto, ano em vão. Todos têm seus significados, conquistas e angústias. Essas últimas são mais significativas para nós, pois, quase sempre, são as que mais nos marcam. Evidentemente, quando devidamente superadas são as que mais fazem crescer. Afinal, o signo da superação é fundamental para o homem.

Eu, você e os outros nos movemos e por ser assim, o ano já valeu a pena. Poderia ter sido melhor? Acredito que sim, mas valeu a pena. O fato de respirar e ter condições de produzir são dádivas que devemos agradecer.

Além do mais, daqui uns dias já é ano novo. Uma página branca a ser preenchida com novas histórias, com erros e acertos. Uma oportunidade a mais de se movimentar melhor.

Valeu até aqui. Nos movimentamos bem. Agimos e resistimos. É claro que até o ano acabar dá pra mover o mundo até lá, mas se esta não for a prioridade imediata, apenas respire.

Todo movimento, por menor que seja, exige energia. Respirar e olhar para dentro de si é uma forma de renovar-se à espera do novo. É como se o próximo ano fosse um oceano que avistamos de cima do barco, curiosos com tudo que nele há. Antes da exploração é necessário respirar, pensar e… por que não, orar. Pedir proteção. Feito isso, é só mergulhar e se descobrir dentro desse novo oceano.

Ops! Peço desculpa, falei logo no início que não haveria reflexão ou coisa do gênero, mas qualquer texto – como eu e você – é feito também por movimento e este se movimentou, contrariando o autor.

Um Feliz 2016 e que ele seja movimentado no melhor e mais produtivo sentido dessa palavra.