Francisco Martins ex-vice-prefeito Divinópolis
Francisco Martins disse que tomará medidas judiciais contra os denunciantes (Foto: Amanda Quintiliano)
Francisco Martins ex-vice-prefeito Divinópolis

Francisco Martins disse que tomará medidas judiciais contra os denunciantes (Foto: Amanda Quintiliano)

O ex-vice-prefeito Francisco Martins se declarou inocente contra a denúncia de má-fé feita pelos vereadores Anderson Saleme (PR) e Adair Otaviano (PSDB). As declarações foram feitas, nesta segunda-feira (23), no programa Bom Dia Divinópolis, da Rádio Minas. Martins se disse “vítima de uma quadrilha organizada”.

“Tenho sido vítima de uma quadrilha organizada para me difamar organizada pelo senhor Marcelo Máximo, o Marreco, senhor que fica na rua com uma pastinha azul com documentos, com xerox sem validade, parando pessoas, e inventando histórias da cabeça dele, acho que ele tem alucinações, e não sei por qual motivo, saber até sei, não posso falar, que ele inventa essas histórias e leva às instituições, como o Ministério Público, não com o intuito de se aprofundar, mas da difamação”, afirmou ao apresentador, Sílvio França, afirmando que os vereadores mentiram em pronunciamento.

“Os vereadores mentiram em seus pronunciamentos na câmara municipal. Agora, se mentiram propositalmente ou se foram induzidos ao erro, isso será analisado no futuro em um processo civil e criminal que estou acionando contra eles e contra o senhor Marreco”, enfatizou.

“Vou pedir a matricula atualizada desse terreno para provar que ele nunca foi repassado para a empresa”, ressaltou.

Denúncia

De acordo com a denúncia, em 2009 o Estado repassou para o Município à área de 240 mil metros quadrados da antiga Sideral Siderúrgica Álamo – envolvida na “massa do gusa” – localizada a caminho de Ermida. Três anos depois foi encaminhado o projeto para a Câmara autorizando a dação em pagamento da área para o Centro Tecnológico da Confecção Ltda. A matéria, autorizativa, foi aprovada por unanimidade.

O Centro Tecnológico, na época, segundo o contrato social, contava com 16 sócios e a empresa foi criada em 09 de fevereiro de 2012. Na justificativa do projeto eles previam a geração de 800 empregos, na época, até então, eram gerados cerca de 580.

O problema, conforme denúncia do vereador, veio no ano seguinte, em outubro de 2013. Foi quando houve uma troca dos sócios e assumiu como sócio-administrador o ex-vice-prefeito, Francisco Martins. O número de sócios caiu para nove.

A denúncia feita pelo vereador chegou até ele por meio de Marcelo Máximo de Morais, conhecido como Marreco. O caso foi protocolado no Ministério Público Estadual, no dia 26 de janeiro deste ano. Para Marreco, o vice-prefeito agiu de má fé em benefício próprio, já que houve a criação da empresa, a dação e a troca de sócio em um período de pouco mais de um ano.

Ao longo deste período o terreno não foi repassado com escritura, oficialmente, para a empresa. Em janeiro deste ano já estava em andamento os procedimentos burocráticos para garantir que o terreno continuasse com o município.

Outro lado

No dia da denúncia Francisco Martins disse ao PORTAL que em nenhum momento agiu de má-fé. Afirmou que só se tornou sócio do empreendimento após solicitação de empresários. Segundo ele, o Centro Tecnológico é, na verdade, uma cooperativa formada por empresas de confecção. A proposta era profissionalizar e investir no setor na cidade, que segundo ele, está em decadência.

O secretário de desenvolvimento econômico, Pastor Paulo César confirmou, em entrevista a um canal de TV, de que o terreno nunca foi transferido para a empresa e que os procedimentos para assegurar que o terreno não será tirado do município foi inciado no final de janeiro, antes mesmo da denúncia de Marreco.