Desinformação em redes sociais dificulta levantamento da POF, base para cálculo da inflação
Um apelo urgente foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (4) para combater notícias falsas que distorcem informações sobre visitas domiciliares de pesquisadores. A desinformação, amplificada em redes sociais, tem gerado resistência da população, aumentado custos operacionais e comprometido a coleta de dados essenciais para a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), base do cálculo oficial da inflação (IPCA).
Segundo o IBGE, a necessidade de múltiplas visitas aos domicílios – incluindo fins de semana e feriados – foi justificada pela adaptação à rotina dos moradores. No entanto, as fake news que associam essas práticas a fraudes elevaram os gastos logísticos e dificultaram o trabalho dos agentes. “Relatos de moradores acionando até delegacias locais foram registrados”, revelou Leonardo Santos de Oliveira, gerente da POF.
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Site de verificação é disponibilizado para confirmação de identidade
Para combater a desconfiança, foi criado o portal “Respondendo ao IBGE”, onde a autenticidade dos pesquisadores pode ser confirmada via nome, RG, CPF ou matrícula expostos no crachá. A medida visa garantir segurança aos entrevistados e reduzir recusas.
Andamento da pesquisa e dados coletados
Iniciada em novembro de 2024, a POF já visitou 35,6% dos 103.145 domicílios previstos em mais de 2 mil municípios. A pesquisa, que acompanha hábitos de consumo e condições socioeconômicas, inclui novos tópicos inéditos, como gastos com apostas online (bets) e uso do tempo. Dados sobre identidade de gênero e orientação sexual também estão sendo coletados.
A POF é considerada fundamental para a elaboração de políticas públicas e para a atualização da “cesta de compras” usada no IPCA.