Luiz Angelo é filiado ao Partido Novo (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Na contramão de Minas Gerais, a maior cidade do Centro-Oeste encerrou 2019 com saldo negativo de postos de trabalho

Na contramão de Minas Gerais, Divinópolis registrou o pior índice de geração de empregos no ano passado desde 2017. A cidade encerrou 2019 com saldo negativo de postos de trabalho (-235).  Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Luiz Ângelo Gonçalves um fator tem contribuído diretamente no travamento econômico da cidade: burocratização.

A indústria da transformação seguida pela construção civil foram responsáveis por mais da metade do saldo negativo de empregos na cidade. Mesmo que o mercado sinalize melhoras, o maior município do Centro-Oeste, não tem acompanhado os índices. Em toda Minas Gerais a geração de empregos aumentou 19%, mas Divinópolis não contribuiu para engrossar estes dados.

“Fazendo uma leitura crítica, se a gente ver que Minas está crescendo, o Brasil está crescendo, não podemos jogar o contexto na situação macroeconômica. Temos que fazer o dever de casa”, analisa.

Luiz Ângelo afirmou que Divinópolis está com o ambiente de negócios travados, em outras palavras, significa dificuldades para conseguir desde um alvará, até a aprovação de projetos.

“Se a gente considerar outras regiões, como Maringá, Foz do Iguaçu, cidades do Sul de Minas, há planejamento do que essas cidades serão daqui a 30, 40 anos. Aqui não sabemos o plano de desenvolvimento econômico até o final do ano. A conta chega. É a falta de planejamento, é a falta de competitividade”, argumenta.

Como exemplo da dificuldade para se investir em Divinópolis, o presidente da CDL citou a construção de uma nova unidade do Hospital Santa Mônica em Nova Serrana. Os proprietários optaram pela cidade vizinha por incentivo. Outro exemplo, é o caso recente do ABC.

“O ABC está batalhando para fazer o frigorifico na cidade que geraria 300 empregos. O impacto é positivo. Mas só está discutindo isso ainda porque o Waldemar quer abrir aqui porque facilidade ele não tem nenhuma. Ele abriria facilmente no Sul, no Triângulo”, afirma.

Luiz Ângelo defende um plano de desenvolvimento, além de ações que desburocratizem para o investimento na cidade. Além dos entraves impostos pela administração pública, segundo ele, há outro fator, quando a situação esbarra no Ministério Público (MP) que trava processos, por exemplo, ambientais.

“Só destravar a concessão de projetos na prefeitura geraria umas 300 vagas de emprego rapidamente. Abriria muito empreendimento que está parado”, defende.

Expectativas

Mesmo Divinópolis caminhando na contramão do Estado, o presidente da CDL ainda acredita no fomento do mercado com base nas expectativas nacionais. O dólar na casa dos R$4,20, segundo ele, favorece o setor siderúrgico; a redução dos juros para a compra de imóveis, a construção civil.

No caso de Divinópolis, para a confecção respirar aliviada será necessário, segundo ele, inovação, fugindo da moda básica, hoje, dominada pela China.