Febre maculosa em Divinópolis
Foto: Divulgação/PMJ

A cidade registrou a primeira morte em decorrência da doença

Oito áreas de Divinópolis (MG) são consideradas de monitoramento constante pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).

São elas:

  • Calçadão do Porto Velho
  • Campo Bom Sucesso
  • Campo do Flamengo
  • Campos Manoel Valinhas
  • Estádio Farião
  • Região dos shoppings
  • Rua Maria da Paz no bairro Daniel Passos

Divinópolis confirmou, nesta semana, a primeira morte, em 2023, por febre maculosa. A vítima é um idoso de 77 anos. Desde 2018 a cidade não registrava óbito pela doença. Na época, quatro pessoas morreram.

De janeiro até o momento, a cidade registrou 19 notificações da doença, sendo confirmadas três. Delas, oito continuam e análise e as demais foram descartadas.

De 2018 a 2023, são três confirmações, totalizando cinco mortes.

As vítimas relataram contato com capivara, equinos e também cães e gatos, além do carrapato. Entretanto, delas, apenas duas identificaram locais prováveis de contaminação, sendo uma no bairro Belvedere e outra no Jardim Candelária.

O que é a febre maculosa?

A Febre Maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, que pode cursar, embora de formas leves e atípicas, também formas graves. Com isso, há elevada taxa de letalidade. Todavia, ela é causada por bactérias do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de carrapatos infectados.

Em Minas Gerais, os principais vetores e reservatórios da doença são os carrapatos do gênero Amblyomma (Amblyomma sculptum), também conhecidos,por exemplo, como “carrapato estrela”, “carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”.

Já o agente etiológico mais frequente é a bactéria Rickettsia rickettsii, responsável por produzir os casos mais graves da doença, aqui denominada Febre Maculosa Brasileira (FMB).

Além disso, os equídeos, canídeos, roedores como a capivara e marsupiais como o gambá têm importante participação no ciclo de transmissão. Desta forma, podendo atuar como amplificadores de riquétsias e/ou como transportadores de carrapatos potencialmente infectados.

Sintomas da febre maculosa

Os principais sintomas da febre maculosa são:

  • febre,
  • dor de cabeça intensa,
  • náuseas e vômitos,
  • diarreia e dor abdominal,
  • dor muscular constante,
  • inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés,
  • gangrena nos dedos e orelhas,
  • paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória.

Além disso, com a evolução da doença é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam. Entretanto, podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

Embora seja o sinal clínico mais importante, as manchas vermelhas podem estar ausentes, o que pode dificultar e/ou retardar o diagnóstico e o tratamento, determinando uma maior letalidade.

Tratamento contra a febre maculosa

O tratamento da FMB é realizado com antimicrobianos, e deve ser iniciado de forma precoce, nas fases iniciais da doença, como forma de evitar óbitos e complicações.

No entanto, o sucesso do tratamento está diretamente relacionado à precocidade de sua introdução e à especificidade do antimicrobiano prescrito.

Contudo, se não tratado, o paciente pode evoluir para um estágio de apatia e confusão mental, com frequentes alterações psicomotoras, chegando ao coma profundo.

Diagnóstico da febre maculosa

O diagnóstico pode ser sorológico (padrão ouro), ou por meio da pesquisa direta da riquétsia (bactéria) – realizada através de técnicas de imuno-histoquímica, biologia molecular (PCR) ou isolamento.