Evento retoma sua vocação original: ser um espaço de valorização da arte, da literatura, da música e do encontro humano.
Itapecerica, com pouco mais de 20 mil habitantes, vem se consolidando como um verdadeiro polo cultural do Centro-Oeste mineiro, e, aos poucos, ganhando o reconhecimento que extrapola os limites regionais. A cidade, que tradicionalmente respira cultura, completou 30 anos de seu Festival de Inverno com uma edição que, embora tenha enfrentado críticas pontuais quanto à programação final, apresentou algo mais importante: uma nova proposta de vivência cultural.
Durante os últimos 12 dias, gastronomia, artesanato, música e teatro ocuparam as ruas, praças e espaços da cidade. Se a presença de grandes nomes da música brasileira não atraiu tantos turistas quanto o esperado, o saldo ainda assim é extremamente positivo. O festival ganhou ares mais familiares, mais inclusivos e mais representativos da diversidade cultural que Minas tem a oferecer.
O grande destaque ficou para a criação do projeto “Entardecer Cultural”, idealizado pelo prefeito Gleydinho. Inspirado nos moldes dos festivais de gastronomia, mas com alma própria, o evento conseguiu unir arte, sabores e paisagem de forma harmônica. O público se espalhou por ambientes montados ao redor da praça central, brindando com chopes artesanais, vinhos mineiros, degustando queijos e delícias feitas no fogo de chão, enquanto artistas locais, regionais e estaduais se revezavam no coreto.
A decoração sutil, integrada à beleza natural da praça e ao brilho do pôr do sol, transformou a experiência em algo único, capaz de ser sentido tanto por moradores quanto por visitantes.
Sem dúvidas, as novidades desta edição representam o ponto de partida para atrair ainda mais turistas no próximo ano. Especialmente aqueles que buscam um ambiente acolhedor, boa música, experiências culturais, gastronomia de qualidade e o charme do frio típico de julho.
Festival de Inverno de Itapecerica: acerto inegável
O acerto é inegável. Por muitos anos, o Festival de Inverno de Itapecerica prometia cultura, mas entregava prioritariamente três grandes shows nos últimos dias. Agora, retoma sua vocação original: ser um espaço de valorização da arte, da literatura, da música e do encontro humano. Um festival que não concentra sua força nos últimos três dias, mas que respira cultura durante todas as suas duas semanas.
Outro acerto foi a ocupação do tradicional Mercado Mineirinho, que se transformou em palco de atrações culturais durante o dia, com apresentações musicais ao vivo e a possibilidade de o público saborear e vivenciar o que há de melhor na culinária local. Tudo isso sem sobreposição de horários, o que garantiu público para todas as atividades, algo raro e louvável em eventos desse porte.
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Ao prefeito, cabem os merecidos elogios. Depois de surpreender com um Festival de Gastronomia que superou expectativas, Gleydinho mostra que sabe como reinventar a cultura local com responsabilidade e bom gosto. Diversificar a programação é essencial para atrair públicos distintos, valorizar os artistas locais e fomentar a economia criativa, com reflexos diretos em emprego, renda e turismo sustentável.
Fica a expectativa para o próximo ano: que o Festival de Inverno continue sendo um espaço onde crianças, jovens, adultos e idosos possam respirar arte, cultura e identidade mineira. Que não se perca o foco no que realmente importa: a cultura como instrumento de transformação social e desenvolvimento econômico local.



