Mais de 40 mil solicitações estão ativas no sistema; Semusa anuncia medidas para reduzir faltas e agilizar atendimentos com apoio de consórcios
Nesta quarta-feira, 2 de julho, a Comissão de Participação Popular da Câmara Municipal de Divinópolis realizou uma audiência pública para discutir a Fila Única do SUS. O objetivo central foi propor soluções para ampliar o acesso da população aos serviços de saúde, enfrentando a crescente demanda por consultas, exames e procedimentos especializados.
O debate, solicitado pelo vereador Washington Moreira (Solidariedade), reuniu representantes da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), hospitais, consórcios regionais e parlamentares. “Nosso intuito é garantir equidade no acesso aos serviços de saúde, priorizando quem precisa de forma mais justa e eficiente”, afirmou Washington.
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Mais de 40 mil solicitações ativas
Durante a audiência, a diretora Sheila Salvino apresentou dados preocupantes sobre o atual cenário. Atualmente, o sistema de fila única do município conta com mais de 40 mil solicitações ativas. Esses atendimentos, organizados pela Central Municipal de Regulação, seguem critérios clínicos para definição de prioridade.
Apesar da estrutura funcional, a taxa de absenteísmo é um dos principais gargalos. Somente no primeiro quadrimestre de 2025, 27,6% dos pacientes faltaram às consultas agendadas sem apresentar justificativa. “É um número alarmante. Isso interrompe o fluxo de atendimentos, prejudica outros pacientes e gera custos desnecessários ao município”, explicou Sheila.
Nova regra
Para enfrentar o problema, a Semusa anunciou uma nova regra. A partir de agora, pacientes que confirmarem consultas e não comparecerem, sem justificativa plausível, precisarão recomeçar o processo regulatório do zero. A medida tem caráter educativo. “Nossa equipe entra em contato até três dias antes da consulta. Muitos confirmam a presença, mas simplesmente não aparecem. Com essa mudança, queremos despertar um senso de responsabilidade coletiva”, reforçou Sheila.
A fila para consultas com especialistas já soma 14.792 pacientes. Entre janeiro e maio, o município investiu mais de R$ 13 milhões em atenção especializada. A especialidade mais procurada é dermatologia, com 3.392 pessoas aguardando.
Outra fila crítica é a de colonoscopias. São 2.903 pacientes na espera, com uma média de 129 novas solicitações por mês. No entanto, o município consegue realizar apenas 67 exames mensais. Para resolver a questão, os procedimentos antes feitos exclusivamente no Hospital São João de Deus também passarão a ser realizados no Hospital São Judas Tadeu, com apoio do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região do Vale do Itapecerica (CISVI). A mudança deve ampliar a capacidade de atendimento e reduzir o tempo de espera.
Programa “Agiliza: Menos Espera, Mais Saúde”
Durante o evento, a Semusa lançou o programa “Agiliza: Menos Espera, Mais Saúde”, em parceria com o consórcio CIS-URG Oeste. O programa prevê a confirmação de consultas via call center, com contato direto com os pacientes, validação da necessidade do atendimento e orientação sobre comparecimento.
A nova metodologia será dividida em seis etapas: triagem, definição da prioridade, modalidade do atendimento (presencial ou telemedicina), agendamento, realização do procedimento e agendamento do retorno. Todo o processo segue as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O vereador Washington Moreira ao final enfatizou, “Audiência bem-sucedida, com corpo técnico qualificado, qualificação dos médicos, fortalecimento da busca ativa para o recadastro. Também falamos sobre as emendas parlamentares, por meio das quais os vereadores podem trazer soluções para minimizar e até zerar a fila da saúde.”
Além disso, o vereador Rodyson do Zé Milton, afirmou que “Foi um debate de bom nível, com uma abordagem mais técnica, junto às entidades da Secretaria Municipal de Saúde, o Poder Legislativo, a ACOM, o Hospital São Judas Tadeu. Conseguimos identificar alguns problemas, como pacientes que marcam e não vão, além de questões na saúde primária, como médicos atuando sem critérios básicos e técnicos. Foi uma reunião muito rica nesse sentido, porque saúde não é brinquedo.”