Candidata a deputada estadual, ela fala em disciplinas que possibilitem aos estudantes identificarem o racismo, a LGBTfobia

Em entrevista ao programa SEM CORTES – Especial Eleições 2022 do PORTAL GERAIS, a candidata a deputada estadual, Flávia Gontijo (Solidariedade), expôs, entre suas propostas, uma educação mais inclusiva, para derrubar o preconceito.

Mulher trans, a postulante também afirmou que não quer que sua candidatura seja rotulada e deseja legislar muito além da comunidade LGBTQIA+, para uma sociedade plural, diversa e com o objetivo de que as políticas públicas possam chegar a todos, sem exclusões.

No bate-papo, Flávia disse que acredita que a educação desperta o senso crítico, emancipa as pessoas e retira toda a ignorância, a qual gera manifestações preconceituosas.

“A gente precisa trabalhar com o executivo estadual e isso também com os deputados federais. Eu espero que, trabalhem em um governo federal também, para que a gente possa incluir, isso em um diálogo aí com Secretaria de Educação, com o Ministério da Educação, com superitendente de educação nos currículos escolares, disciplinas transversais que possibilitem aos alunos reconhecerem imediatamente elementos estruturantes que geram racismo, que possam as pessoas entenderem identificar imediatamente LGBTfobia e tantas outras altas que segregam e que geram de forma um preconceito contra pessoas de grupos sociais que são diferentes da maioria das pessoas”, declarou.

Trabalho educativo e resistência conservadora

Flávia reconhece que há uma resistência por parte da ala conservadora, mas crê nas perspectivas do diálogo e de um trabalho educativo. Ela deu o exemplo da aplicação de educação sexual nas escolas e que quando se trata do assunto, não é com o objetivo de sexualizar.

“A gente não quer uma educação sexual nessa perspectiva, porque isso é errado e nem existe educação sexual nessa perspectiva, que as pessoas vinculam muito: “mas vai sexualizar as crianças”. Não, de forma alguma. Nós queremos, por exemplo, que uma criança tenha uma referência (é claro que, levando-se em conta a sua faixa etária), daquilo que é abuso, daquilo que não é certo, daquilo que alguém não pode ferir a sua integridade física no sentido de: “olha, tem partes, por exemplo, que só papai e mamãe podem tocar em você”, porque a gente sabe que crianças e adolescentes comumente levam para as escolas relatos de abuso em casa, sem saber em que estavam sendo abusadas”, abordou Flávia.

Declarando também que a sociedade não pode ter uma indignação seletiva, Flávia trouxe o jargão “deixem nossas crianças em paz”, usado muitas vezes pelos conservadores e disse que, entretanto, há um silêncio sepulcral com inúmeros casos de exploração, turismo sexual e pedofilia, contra crianças e adolescentes.

“Então a gente precisa deixar as nossas crianças em paz em todos os âmbitos, e não só naqueles que nos incomoda, porque chocam com os nossos valores, enfim. A gente precisa entender que é inclusive pautas como essa, que podem prevenir futuros abusos. E eu falo isso como lugar de fala, porque eu trabalhei durante 6 anos no conselho tutelar e vi diversas situações de violação de direito e muitas vezes, em razão da própria família, violando o direito da criança com o consentimento da família, inclusive”, finalizou.

Assista a entrevista completa:

O programa SEM CORTES – Especial Eleições 2022, tem o oferecimento da Associação Comercial Industrial e Agropecuária e Serviços de Divinópolis (Acid).

A proposta do programa é ampliar o debate político ouvindo as propostas dos candidatos para o fortalecimento e fomento do desenvolvimento econômico e social Divinópolis e o Centro-Oeste de Minas, além do comprometimento com pautas estaduais e nacionais que geram impacto direto no cotidiano.