profi

 

Não, você não leu errado. Tem muita gente preocupada em conseguir uma formação “profisional” pelas metades, principalmente cursando faculdade, acreditando que pode (ou até deve) selecionar aquilo que precisa conhecer. Em conversa com outros professores, parece que é um fala comum ouvir universitários comentarem que não prestam atenção em determinada matéria porque não se interessam pelo assunto, já que não vão atuar na área. Ok! Então se amanhã surgir uma vaga para um trabalho de assessoria de uma prefeitura, por exemplo, o sujeito vai perder a oportunidade porque não sabe fotografar…

 

Profissional de verdade é aquele que possui habilidades e conhecimentos para atuar bem em praticamente quaisquer condições dentro da sua área (e, às vezes, até fora dela). No caso da comunicação, no geral, o comunicólogo é aquele que escreve bem, sabe fotografar, tem algum nível de conhecimento em edição digital, possui noções a respeito de redes sociais, sabe se virar como assessor/relações públicas e, o mais importante, estar antenado com o que acontece a sua volta.

 

É claro que esse profissional não precisa saber de tudo com profundidade, mas também não pode se negar a adquirir ao menos as noções básicas de determinada área. Por quê? Tanto pelo o que comentei acima, quanto pelo seguinte: ainda que ele não vá trabalhar nessa área diretamente, pode vir a precisar conhecer o seu funcionamento. Voltando ao exemplo da fotografia. Digamos que agora o profissional seja um administrador de uma empresa e seja cobrado dele a apresentação de um projeto fotográfico para divulgação de uma nova campanha. É claro que ele vai repassar a execução para o setor de marketing, mas se não souber nada de fotografia, terá poucas condições de criticar ou mesmo apresentar melhorias, salvo institivamente.

 

Mas então, eis que nos deparamos com os futuros profissionais em formação nas faculdades que usam o discurso “não vou trabalhar nessa área” para justificar o desinteresse por determinadas matérias. Já ouvi absurdos de alunos dizendo que a área de interesse é a tv e nesse caso, as aulas de redação jornalística não eram relevantes. “Tá serto!”. É como o advogado que decidi não conhecer sobre legislação trabalhista porque vai atuar na área criminal.

Sherlock Holmes, pelas mãos de Doyle, dizia que o cérebro é como um sótão, onde há um limite do que pode ser estocado ali. Em determinado momento, os móveis velhos tem ser descartados para que novos possam ser guardados. Para um personagem da ficção, é um raciocínio deveras interessante, mas longe de valer para a vida real. O profissional que se preze, procura abrir o seu leque de conhecimentos o máximo possível para ter mais oportunidades no mercado e também poder oferecer um serviço de qualidade e não um feito de qualquer jeito, como vários “profisionais” que se encontram por aí e outros tantos que estão em formação.