Wendel Santos foi ouvido pela CPI nesta segunda-feira (09); Outras duas pessoas devem prestar depoimento

Marcelo Lopes

Foi iniciado, na tarde desta segunda-feira (09), mais uma oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga indícios da prática de atos lesivos ao interesse público por parte do Poder Executivo. Os depoimentos estão sendo realizados no plenário da Câmara de Divinópolis.

O primeiro a ser ouvido foi o procurador geral do município, Wendel Santos. Logo no início, ele deixou claro que  a relação com o prefeito Galileu Machado (MDB) é estritamente profissional.

O procurador também relatou que não participou do decreto que nomearia Marcelo Marreco ao cargo de Coordenador de Abastecimento Alimentar na Secretaria de Desenvolvimento Agrônomo. Ao ser perguntado sobre a publicação do ofício sem assinatura, disse que tratava-se de uma minuta, por isso, não havia sido publicado, devido a grafia incorreta do nome de Marreco e não ter passado pela procuradoria geral.

Santos também negou que tenha sido informado do possível cargo e que não é adequado dizer se o ofício era válido, pois não era de fato um decreto e nem chegou a fazer análise jurídica do mesmo.

Edson Sousa (MDB), disse ter estranhado o fato do ofício não ter a assinatura do procurador. Santos rebateu afirmando que respeita a prerrogativa do prefeito, as atitudes e projetos. Explanou também que não gerou nenhuma estranheza, devido não chegar a ele nenhuma insinuação de ilegalidade e que não teria assinado a minuta caso chegasse dessa forma.

Ele confirmou que Galileu tensionava a nomeação de Marreco, porém desistiu da mesma, após a repercussão dos áudios, dizendo que não havia mais confiança em Marcelo.

Sobre os áudios, Wendel disse que tomou conhecimento dos fatos pela repercussão na imprensa e que o secretário de governo, Roberto Chaves, o procurou pessoalmente e explicou a situação.

O vereador emedebista também questionou se em todos os anos de profissão, Santos soube de situações nas quais uma secretária foi a casa de alguém com decreto após o expediente dias antes do uso da Tribuna. O procurador disse que está no cargo desde o ano passado, mas nos outros dez de carreira, quando havia situações, eram passadas por ele e que não tinha acesso ao que ele chama de mundo político, não podendo dizer se aconteciam.

No caso específico, ele limitou a comentar. Disse desconhecer o fato e ter certeza se aconteceu. O procurador saiu em defesa do secretário e governo afirmando que ele não aceita nenhum tipo de ilegalidade o que lhe dá tranquilidade.

Santos disse que o fato tomou uma proporção desnecessária e que viu Chaves consternado.

Remarcação

O depoimento do procurador federal Lauro Coelho será remarcado em uma nova data.

“O Lauro enviou para nós um ofício, falando da prerrogativa da lei complementar 73/1993, de forma legal, em que ele tem de ser ouvido, como testemunha, no ambiente de trabalho. Então entraremos em contato com a assessoria dele, para que a gente possa marcar o dia de estarmos indo até a Procuradoria Federal, para ouvi-lo”, disse o presidente da CPI, Ademir Silva (PSD).

Ainda nesta segunda, o vereador Dr. Delano (MDB) e o ambientalista Jairo Gomes, serão ouvidos.